1º Dia

A capital da Catalunha surpreendeu-nos e superou e muito as nossas expectativas.

Esta viagem começou precisamente um ano antes quando comprámos os bilhetes e quase sem darmos por isso, voilá, era chegada a hora de conhecer Barcelona, um destino já há muito ansiado mas constantemente adiado.

Uma vez mais escolhemos a TAP para estas voltinhas na Europa, onde a simpatia da tripulação e o direito ao beberete, superam e muito as demais low cost.

Bem cedo levantámos voo e a meio da manhã, após cerca de 40 min de metro desde o aeroporto, chegámos ao coração da cidade, onde iriamos pernoitar, nas Las Ramblas.

Deixámos as malas e a dois passos do nosso hotel morava o mercado de La Boqueria, seria precisamente aí que começava a nossa descoberta por Barcelona.

Com as expectativas não muito elevadas, já que os mais conhecidos mercados de Madrid que tinhamos visitado este ano, como por exemplo o de San Miguel, não nos tinham agradado pelo facto de estar apinhado de gente, muito turístico e preços bastante inflacionados.

O Mercado de São José e popularmente conhecido como mercado de La Boqueria, inaugurado em 1840, não tem nada a ver, muito mais amplo, tudo organizado meticulosamente e sem estar apinhado fora da avenida central, muito tranquilo para ver, passear e apreciar as bancas. Aqui podemos ver os locais a comprar a sua carne, o seu peixinho, mais na zona do fundo do mercado, não sendo portanto apenas para turista ver, o que muito nos agradou.

Por aqui acabámos por tapear enquanto íamos apreciando as bancas e o movimento. Uns rolinhos de peixinhos fritos, presunto, sumos naturais e umas ostras da galiza deliciosas. Não achámos as coisas assim tão caras como isso tendo em conta a qualidade de tudo o que comemos.

Tínhamos então começado com o pé direito esta nossa caminhada por Barcelona 🙂

Continuámos o nosso passeio a pé pelas traseiras do mercado rumo ao jardins de Rubio I lluch, muito bonito, simpático e óptimo para relaxar, até nos esquecemos que estamos no centro da cidade.

Sempre a pé chegámos às Ramblas del Raval, onde fomos dar cumprimentos ao Gato de Raval ou de Botero 🙂 Um gatão criado pelo famoso escultor colombiano Botero, com uns meros 7 metros de comprimentos!

Continuámos a pé até à estação de metro de paralel onde iriamos apanhar o funicular até o teleférico até Montjuic.

No entanto, antes fizemos uma pequena paragem técnica para nos hidratarmos, na Cerveceria El Rincon del Artista, mesmo ao lado do Bagdad, um espaço de ´danças exóticas´. Foi pena não termos fome para tapear porque tinha tudo óptimo aspecto, ficámo-nos por uma geladinha Estrella Damn, a cerveja catalã mais famosa do mundo 🙂

Apanhámos então o funicular, uma espécie de metro sem motorista, iguais aqueles existentes no aeroporto, e depois apanhámos o teleférico que nos leva até ao Castelo de Montjuic, onde podemos apreciar uma espectacular vista sobre a cidade e aí pela primeira vez tivemos a perfeita noção da gigantesca cidade que é Barcelona.

Tínhamos chegado então a Montjuic, uma colina a 184mt onde conseguimos avistar de um lado a parte antiga da cidade e do outro o porto com os seus magnânimos navios de cruzeiro.

Contornámos as muralhas do castelo e caminhámos até à zona do complexo olímpico  criada para os Jogos Olímpicos de 92, onde o Estádio Olímpico é o proeminente máximo. Após uma fotografia em cima do muro de ´bem vindos´, fui literalmente expulso pelo segurança através de linguagem gestual.

43879648_2004896972904917_7156801741600587776_nApós a amostragem do cartão vermelho directo, seguimos sempre a descer através de inúmeras escadas rolantes até à fonte mágica de Montjuic, onde a sua famosa fonte fazia a ´siesta´, as fontes de água ainda estavam adormecidas. No dia seguinte voltaríamos aqui para assistir ao famoso espectaculo de luz e som 🙂

44099962_2004923486235599_5463109357250019328_nChegados à praça de Espanha fomos apanhar o metro rumo ao nosso próximo destino do dia: Bairro Gótico.

Optámos pela compra do passe de 48 hrs de transporte públicos e bem jeito nos deu tendo em conta que a cidade de Barcelona é enorme.

Chegados ao Bairro Gótico, tencionávamos comer um churros com chocolate quente na Xurreria Banys Nous, no entanto estava fechada e a alternativa foi mesmo ali ao lado no La Granja, não estava mau no entanto não nos encheu as medidas.

A poucos metros encontrámos a Catedral de Barcelona e de seguida fomos dar uma espreitadela no Templo de Augusto, parte de um enorme templo romano encontrado durante as obras de escavação de um edifício na cidade.

Esta zona velha da cidade com os seus traços góticos e ruas estreitas é sem dúvida a zona mais bonita de Barcelona, na nossa opinião.

Junto ao Palácio da Generalitat da Catalunha encontramos o museu da História de Barcelona, o nosso próximo destino.

Sem filas, com pouca gente a visitar e com os audioguias como companheiros indispensáveis, começámos a nossa visita com um pequeno filme sobre a história da cidade e sua evolução ao longo dos séculos.

Imediatamente descemos de elevador, recuamos diversos séculos e iniciamos um tour pelos subterrâneos de Barcelona, que dizem ser as ruínas romanas mais bem preservadas do mundo, bem no subsolo do bairro Gótico. Aqui nasceu a Vila de Barcino antes de chegar ao nome da cidade dos nossos dias: Barcelona.

Além das ruínas conseguimos ver como os Romanos conservavam os seus alimentos, as suas piscinas naturais, a sua tinturaria, os locais de preservação de azeite e vinho. No fim pensamos: estes Romanos estavam muito mas mesmo muito á frente do seu tempo.

Na nossa opinião é um local que não pode ficar de fora de qualquer roteiro na cidade de Barcelona.

Pertinho encontra-se a famosa Basílica de Santa Maria do Mar, uma das principais igrejas góticas da Catalunha.

No entanto o cheirinho impeliu-nos a entrar no Las Fritas, onde acompanhámos umas batatas fritas caseiras com umas jolas, snack delicioso num espaço também muito giro 🙂

Seguimos agora para Barceloneta, onde passeamos um pouco junto à marina e podémos apreciar a descontracção de um povo que vive com a praia mesmo à porta de casa 🙂

Próximo destino não muito longe daqui: Parc de la Ciutadella.

Foi durante muitos anos o único parque da cidade e mal entrámos a Marta disse que lhe fazia lembrar o Jardim do Luxemburgo em Paris, na verdade foi mesmo feito à sua imagem e semelhança 🙂

Aqui apreciámos pela primeira vez na cidade um trabalho do jovem  Gaudi, o projecto da Cascata Monumental.

É um parque muito frequentado pela juventude catalã para descontrair, apanhar um pouco de sol ou fazer um piquenique.

Continuámos o nosso roteiro pelo Arco do Triunfo de Barcelona, porta de entrada da Exposição Universal de Barcelona de 1988 e a pé rumámos até ao nosso último destino do dia, a Casa Milá, mais conhecida por Pedrera, que tínhamos comprado previamente on line para as 19h.

Antes de chegar e na exclusiva Avenida Passeig de Gràcia espreitamos e fotografámos de fora a Casa Batló, um dos famosos edifícios de Antonio Gaudi.

Como em geral, todos os museus de Barcelona são caríssimos, tivemos que fazer uma escolha para esse dia, ou Casa Batló ou Pedrera e optámos por esta última, no entanto na próxima visita à cidade iremos certamente visitar a casa Batló.

Chegámos à Pedrera 10 min antes da hora marcada entrámos e ainda no rés do chão o audioguia começou a explicar-nos o inicio desta obra. Inicialmente os habitantes de Barcelona não gostavam das suas linhas, achavam que não se adaptava à arquitectura tipo do Passeig de Gracia, era o patinho feio da avenida, e pejorativamente foi apelidado de Pedrera que significa pedreira em português.

Na sua fase de construção e obras, que durou cerca de 6 anos, o espaço mais parecia uma pedreira, de tanto pó que emanava. No entanto com o passar dos anos e com o arquitecto catalão António Gaudi a ser cada vez mais reconhecido a nível mundial tudo mudou, hoje a casa Milá é considerada uma verdadeira obra de arte e é um dos ícones da cidade.

Não somos particulares apreciadores ou entendidos de arte ou arquitectura mas Gaudi…Gaudi deixou-nos completamente rendidos, apaixonados e com vontade de saber mais e mais. Era simplesmente um génio, e pensamos que esse é o adjectivo perfeito para o caracterizar.

Tendo sempre como base elementos da natureza, inspirava-se nela para criar as suas obras e esta encomendada pelos abastados Milá não foi execpção.

Subimos de elevador até ao terraço do edifício, e UAU! As chaminés para lareiras, para ventilação da casa ou as escadas de acesso transformam-se em obras de arte e podem ser tudo aquilo que quiseres que sejam, é só dar largas à imaginação. Uma das curiosidade que achei mais interessante são os dois arcos colocados nos dois pontos opostos do edifício, onde podemos espreitar os templos expiatórios da cidade, o Sagrado coração de Jesus no monte Tibidabo e no outro lado a sua obra maior, Sagrada Família.

Estivemos aqui no rooftop imenso tempo até ao pôr do sol e depois começámos a descer, inicialmente para assistirmos a um pequeno filme da história do edifício e depois para conhecer a arquitectura interior e os apartamentos burgueses, ainda com a sua mobília e decoração da época.

Acabámos da melhor maneira o primeiro de dia de visita à cidade. Não esperávamos, após uma visita a uma ´simples´ casa ,virmos tão fascinados com a obra e todos os pormenores que Gaudi pensou e executou.

Ficámos com imensa vontade de conhecer a Casa Batló também, mas ficará para uma próxima visita a Barcelona. No dia seguinte ainda teríamos oportunidade de testemunhar um pouco mais da obra do génio Gaudi.

Apanhámos o metro até ao hotel para nos refrescarmos e de seguida apanhamos o bus até Barceloneta onde iríamos jantar no Restaurante Can Mano. No entanto a enorme fila e a fome que já tínhamos, dissuadiu-nos de esperar e optámos a poucos metros um restaurante de tapas, o El Pintxu, que nos pareceu com boa pinta e acabámos por nos sentar.

O conceito era escolher do balcão as diversas tapas do balcão, trazer para a mesa, comer e depois pagamos o numero de pintxos que comemos. Estava tudo muito bom e comemos super rápido.

Fomos dar uma voltinha por Barceloneta e voltámos novamente de bus para as Ramblas.

Antes de fazer o ó-ó ainda fomos espreitar um bar que nos tinham recomendado, El Busc de les fades, um espaço sui generis que tal como o nome indica nos transporta para os contos de fadas, no entanto o soninho e o cansaço rapidamente nos impeliu para o hotel, amanhã o dia começava cedo e seria bem longo  🙂

 

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