Como sempre, acordámos bem cedinho para aproveitar o longo dia que se avizinhava.
Não é um mito, nos Açores, a qualquer momento, podes ter que parar o carro para deixar uma manada de vacas felizes passar 🙂 Foi o que nos aconteceu quando íamos a caminho da nossa primeira paragem do dia: a Lagoa do Fogo – o ponto mais alto da ilha.
Apesar de estar alguma nebulosidade, hoje, ao contrário do dia anterior, permitia-nos ter alguma vista sobre a lagoa que, na minha opinião, é a mais bonita da ilha, a par com a de Santiago. Ainda por aqui estivemos largos minutos nos diversos miradouros sobre a Lagoa a pensar como era possível a natureza conseguir criar paisagens tão perfeitas e únicas.
Fomos descendo uma das encostas da Lagoa até à Caldeira Velha que tinha acabado de abrir as suas portas. Com um preço simbólico de 2€, este é um dos mais belos locais da ilha com uma piscina natural e uma cascata de água férrea, bem quentinha. Logo ao entrar ficámos maravilhados pela tamanha riqueza e diversidade a nível de fauna e flora. Parecia que estávamos a entrar numa pequena floresta até avistarmos uma fumarola com água em ebulição onde uma placa alertava para temperaturas de 61ºC. Achámos por bem não confirmar! Desta fumarola descia um caudal de água para uma pequena poça, uma pequena piscina natural de águas termais com temperatura a rondar os 38º. Inicialmente até custou a entrar tal era a temperatura mas depois… depois é qualquer coisa de maravilhoso, pois até as pontinhas dos dedos dos pés ficaram relaxadas. 🙂 Não é por acaso que estas águas, devido às suas características e temperaturas, são medicinais. Ficámos nesta poça imenso tempo até os turistas chegarem a rodos 🙂 Estava, então, na altura de nos retirarmos estrategicamente e subir para a outra poça com a lindíssima cascata de pano de fundo. Uma imagem idílica! Aqui a temperatura é cerca de 10º mais baixa do que a anterior. No entanto, também era muito agradável. Um aviso à navegação: levar uns calções e biquinis dos mais antigos, porque o destino deles vai ser apenas um!
Com cada vez mais pessoas a chegar, estava na hora de irmos embora e o próximo destino seria a Vila das Furnas. Antes ainda passámos pelo lindíssimo e muito cuidado miradouro do Pico do Ferro com vista sobre a Lagoa das Furnas e pelo miradouro do Salto do Cavalo com imensos retalhos de verde à nossa frente. O que achámos incrível e único – e para nossa grande surpresa – foi o facto de aqui andarmos sozinhos, o que tornou estes momentos e paisagens ainda mais especiais.
Descemos até às Furnas para vermos in loco as fumarolas e o local onde são enterradas as enormes panelas de cozido à portuguesa. Chegámos precisamente na altura quando as mesmas estavam a ser retiradas para o almoço. Não arriscámos o cozido, fica para uma próxima! 🙂 Circundámos a Lagoa e fizemos um piquenique junto à bela Capela de Nossa Senhora das Furnas.
Já compostos, seguimos para o próximo ponto de interesse que seria o Parque Terra Nostra ou as Poças da Dona Beija. Optámos pelo Parque deixando as Poças para uma próxima visita à ilha, ainda mais foi recentemente alvo de obras de melhoramento. 🙂
O Parque Terra Nostra é realmente imperdível sendo considerado um dos Jardins Botânicos mais bonitos do mundo e percebe-se bem o motivo quando se tem a sorte de o visitar. Aqui tirei as fotos mais bonitas da viagem, imagino que para quem perceba realmente de fotografia, este parque seja um Éden. 🙂
Ao entrarmos deparamo-nos com uma enorme piscina de água férrea de cor acastanhada com o Hotel Terra Nostra ao fundo. É exactamente nesta piscina que fazemos o funeral aos velhos calções de banho!
Passeámos calmamente pelo parque cerca de duas horas. Vimos uma quantidade infindável de plantas, estando o espaço super bem cuidado. Depois do passeio, descontraímos na piscina férrea principal e sobretudo numa piscina mais recôndita e, por isso, com muito menos afluência. Nesta última a água era mais clarinha com uma temperatura, seguramente, superior a 40º. No início quase queima.
Será, certamente, um local que iremos repetir quando, um dia, voltarmos e também será aqui que provaremos o afamado cozido.
Já era final de tarde. No entanto, como estava um dia tão bonito seguimos para a Costa Sul da ilha para fazermos a viagem sempre junto ao mar rumo ao Nordeste. Parámos na vila de Povoação para dar uns mergulhos na sua fantástica praia de água morna e águas calmas. Esta praia é abrigada pelas falésias, tendo uma paisagem lindíssima. Só não ficámos na praia até ao final do dia porque tínhamos um plano já traçado. 🙂
Seguimos viagem sempre pela estrada nacional rumo à parte Este da ilha rumo aos miradouros de cortar a respiração – Miradouro da Ponta da Madrugada, Miradouro da Ponta do Sossego e do Farol do Arnel. Infelizmente, não descemos até ao farol porque já não restava muito mais tempo de sol e queríamos terminar o nosso passeio na Achadinha, mais exactamente no Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões com a sua espectacular cascata como postal. 🙂
Este parque é somente magnífico e imperdível e, para nosso grande azar, a nossa melhor máquina fotográfica começou a dar sinais de que precisava de um arranjo e algumas fotos ficaram desfocadas 😦
Estávamos practicamente sozinhos e foi um final de dia mágico neste ambiente natural, rodeado dos moinhos e cascatas que ficámos a desfrutar até ao sol se pôr.
Este passeio pelo Nordeste é muito bonito e o ex libris é mesmo o Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões.
A noite chegava e a fome também já apertava. Tínhamos previsto ir jantar à Ribeira Grande, no entanto mudámos de planos e resolvemos ir até à Quinta Dos Açores, nos arredores de Ponta Delgada. Apanhámos a autoestrada rapidamente para chegarmos antes que o restaurante fechasse.
Apesar de estar em cima da hora, foi com muita simpatia que os empregados que, não nos deixaram à míngua, nos atenderam.
Eu optei por uma francesinha e a Marta por um hamburguer regado com a Especial de sempre. 🙂 Os dois pratos estavam 5* e rematámos com um geladinho sempre divinal da Quinta dos Açores. Terminámos, assim, da melhor maneira este dia que mais pareceu ser dois!
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