3º Dia – Rembrandtpark / Vondelpark / Flower Market / Museu Judaico / Sinagoga Portuguesa / Museu do Holocausto / Pure Market /Cafe Belgique / Red light district

Depois de uma noite chuvosa, o dia acordou farrusco, no entanto o pequeno almoço estava radiante como sempre. A Kitty tinha feito um bolo absolutamente divinal para hoje!

Saímos a pé de casa e decidimos ir passear pelos dois parques mais conhecidos de Amesterdão, do menos para o mais. 1º o Rembrandt Park e de seguida o Vondelpark, este foi o nosso jogging matinal 🙂

Tendo em conta que já tinhamos feito quase uma maratona, seguimos agora de tram para o famoso Flower Market, o único mercado de flores flutuante em todo o mundo. Quem é aficcionado por túlipas, narcisos, geriberas e todos os tipos de flores este é o spot! Quem não ligar muito a flores, só pela explosão de cores e cheiros já merece a pena uma visita 🙂 Foi aqui que comprámos uns bolbos a um preço barato para mais tarde nós e família tentarmos a sorte 🙂

Seguimos a pé até à Rembrantplein, onde no centro da praça encontramos a estátua de Rembrandt e ao seu redor um conjunto de estátuas retiradas do famoso quadro do pintor, Ronda Nocturna. É espectacular mesmo!

Ainda a pé chegámos ao 1º dos três locais que iríamos visitar nesse dia, dedicado à história dos Judeus em Amesterdão: o Museu Judaico, a Sinagoga Portuguesa e por fim o Museu nacional do holocausto.

Depois das apertadas medidas de segurança, como nunca tinhamos visto, entrámos então no Museu Judaico, que conta a sua história depois de terem fugido a partir do séc. XVI da inquisição de Espanha e Portugal, passando pela perseguição que sofreram durante a 2ª G.M. até aos dias de hoje.

O museu fica exactamente no bairro onde moravam, fala sobre a sua fé, a sua história e possui uma impressionante colecção de obras de arte e objectos históricos.

É perturbador ficar a saber que em Amesterdão viviam 120 000 judeus e somente 28 000 sobreviveram. A sua grande maioria que não conseguiu fugir, procurou nesta altura esconder-se para sobreviver, com a ajuda activa dos protestantes holandeses e dos comunistas.

A mais conhecida e famosa judia da cidade a entrar na ´clandestinidade´foi Anne Frank, que infelizmente não sobreviveu para nos contar de viva voz as histórias contidas no seu diário.

Numa das exposições temporárias do museu, tivemos a sorte de apanhar uma dedicada à famigerada cantora judia Amy Winehouse, que habitualmente está em Londres.

A exposição mostra-nos o lado menos conhecido da mulher que misturou a soul, pop e jazz de uma forma única, levando-nos a descobri-lo através de filmes e fotos de família, guarda roupa, instrumentos seus, etc. Gostámos muito, só foi pena ser proibido fotografar.

Próxima paragem: Sinagoga Portuguesa. No séc. XVI após a perseguição da Inquisição, a comunidade judaica da peninsula ibérica escolheu Amesterdão como um dos seus pontos de abrigo, os Sefarditas, e foi esta comunidade que mandou construir à altura a maior Sinagoga do mundo.

Aqui não há electricidade nem aquecimento, milhares de velas espalhadas pela Sinagoga que iluminam quando a noite cai, exactamente como era.

Por fim, fomos ao Museu Nacional do Holocausto. Quando entramos no antigo teatro, deparamo-nos com um memorial dedicado aos 104 mil judeus na Holanda vítimas do Shoah, com a inscrição dos seus nomes em inúmeros paineis. É impossível ficarmos indiferentes a este genocídio.

Começámos por ver documentários com testemunhos de quem sobreviveu ao horror e como é obvio a emoção é tremenda.

Subimos para os andares cimeiros e pudemos ver diversos objectos e imagens, partilha de histórias e memórias, para que a história não se volte a repetir.

O objectivo último do holocausto seria a aniquilação total dos 11 milhões de judeus na Europa, ciganos, negros, pessoas com deficiência, testemunhas de jeová, homosexuais, Russos…e o que assusta é que esta loucura foi há um tempo ainda não muito longínquo!

Terminámos esta tríade abalados, com uma aura pesada e decidimos espairecer ali perto num dos muitos mercados em Amesterdão, o Pure Market, no Frankendael Park para almoçar/lanchar e conhecer os produtos frescos e locais.

Como nós Tugas estamos em todo lado do mundo, encontrámos um patrício que já há muitos anos está em Amesterdão a vender os nossos únicos e típicos produtos portugueses 🙂

Para ajudar a fazer a digestão fomos beber uma cervejinha ao Café Belgique. Mal nos sentámos, o Seu Jorge começou a cantar a Burguesinha, o que achámos imensa piada 🙂

Eu bebi uma forte cerveja loira do duende Chouffe e a Marta uma Boon Kriek mais levezinha e frutada, as duas belgas, não tivessemos nós no Café Belgique.

Apesar de pequeno, o espaço é muito agradável e intimista, e aqui estivemos a degustar as nossas belgas sempre com uma musiquinha muito agradável 🙂

Queria ver de perto o Amsterdam Arena, o famoso estádio do Ajax, e fomos de comboio até lá. No entanto, começou a chover copiosamente e foi mais um Olá e Adeus 🙂

Regressámos a casa para jantar e fomos de seguida para o Red light district passear. Nós e mais uns milhares de pessoas, parecia mais uma Disneyland, inclusivé com famílias inteiras a passear, do que propriamente um local de prostituição.

Quem tinha visto, como nós, o Red light district aquando do nosso walking tour  de dia e ver agora de noite, não tinha absolutamente nada a ver. O Bairro tinha ganho outra vida, as luzes, a animação, a música e a multidão era imensa!

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Por aqui estivemos entretidos a ver as montras e se, porventura tinhamos alguma dúvida, ficámos com a certeza que Amesterdão é definitivamente a cidade mais liberal e tolerante que conhecemos até agora 🙂

Para ler o 4º dia, clique aqui.