4º Dia

Hoje o dia seria bem mais soft que o anterior. Começaríamos por um passeio ao Jardim António Borges, a poucos metros de nossa casa. É um jardim com entrada gratuita, muito bonito e cuidado, onde as suas árvores centenárias impressionam pela beleza e dimensão. A árvore que mais nos impressionou foi uma árvore Australiana com umas raízes enormes.

Tem recantos muito giros, lagos, grutas e uma vasta colecção de palmeiras. Um óptimo sítio para passear, que não estávamos a contar passar tanto tempo. Uma agradável surpresa.

Seguimos para o centro de Ponta Delgada para passear um pouco junto ao calçadão e comprar uns recuerdos da ilha, antes de embarcarmos no Moby Dick Tours, para observar as baleias e os golfinhos, pelo menos o objectivo era esse.

Como a hora estava quase a chegar fomos comer ali mesmo junto à marina qualquer coisa rápida no KFC. Eu pensei logo que aquela ideia não era muito boa porque não fui feito para marinheiro e pensei que aquele almoço poderia ter um destino trágico, mas como fui prevenido com uns comprimidos para o enjoo ir-me-ia, certamente, aguentar.

Chegada à hora entrámos numa espécie de traineira, subimos para o piso superior e lá andámos cerca de quatro horas no alto mar de um lado para o outro do oceano, à procura das ansiadas baleias e golfinhos.

As duas primeiras horas passaram-se bem, o passeio no mar até era relaxante, ventinho na cara, estava-se bem. A partir da terceira hora lembrámo-nos do real motivo do passeio e nada de bicharada, parecia que tínhamos escolhido mal o dia. O capitão bem que se esforçava com a ajuda dos vigias para encontrá-los, mas nada. O nosso host Luís bem que nos recomendou outras opções, mais ecológicas, mais rápidas, mas como de antemão já tínhamos reservado, tínhamos lido boas críticas e era barato quando comparado com os demais, acabámos por ir.

Quando já pensávamos que só iríamos ver mar e um pouco mais de mar, eis se não quando encontrámos um enorme grupo de golfinhos que nos acompanhou durante cerca de uma hora, fazendo as nossas delícias. Eu com tanta excitação andava de um lado para o outro do barco a tirar fotografias e com tanta volta ora aí aconteceu o que temia: adeus almoço. Marinheiros de água doce dá nisto.

Terminado o nosso passeio, ficou um leve sabor amargo, não tínhamos visto baleias e a bem ver golfinhos já tínhamos visto muitos no Sado e num catamarã bem mais confortável. Mas valeu pela experiência, se fosse hoje tínhamos optado antes por fazer o trilho pedestre no Sanguinho até ao Salto do Prego, que foi a única coisa que tínhamos previsto que acabámos por não conseguir fazer.

Acabado o passeio de barco, os marinheiros foram rapidamente a casa tirar o sal e tendo em conta que o sol parecia que estava para ficar, decidimos arriscar antes do jantar mais uma tentativa de subida à Lagoa das Sete Cidades. No entanto, começando a escalada o nevoeiro ia ficando cada vez mais denso e decidimos rumar para Capelas, para o já nosso Café do Cais.

Para entrada desta vez começámos com uns carnudos camarões tigre e para prato principal, desta vez, uma mista de carne com batata e fruta, e claro a Especial. Finalizámos o repasto com uma oferta do chef, uma rodela do delicioso ananás dos Açores.

O chef não se esqueceu da sua promessa e já tinha um copo da nossa cerveja preferida para a nossa colecção. No entanto, em vez de um tinha dois copos e três canecas, todas diferentes, espectacular o Sr. Eleutério Só não sabíamos agora como iríamos ter espaço de as levar nas nossas pequenas malas e sobretudo sem as partir.

Adorámos tudo, desde a comida, o preço, a simpatia, o ambiente, resumindo, TUDO.

Foi com muita nostalgia que fizemos o caminho de regresso a casa e a pensar como seria bom um dia podermos voltar.

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