Estávamos prestes a despedirmo-nos de Nusa Ceningan e Lembongan.
Aqui tivemos uns óptimos 5 dias de descanso depois dos dias intensos da nossa viagem que até então já tinha passado por Chiang Mai, Hanói, Halong Bay, Ho Chi Minh, Siem Reap e Bali.
Aqui carregámos baterias, assistimos aos mais belos pores do sol que já tínhamos visto e comemos as melhores bowls de todas até então Deixámos que o tempo passasse devagar por nós, sem qualquer preocupação, desfrutando daqueles pequenos nadas que são os melhores para nós encher cá por dentro.
Partimos para Bali precisamente do cais onde há 5 dias tinhamos chegado e bastante depois da hora que estava prevista apanhámos o último barco.
Esta meia hora de trajecto vou passar à frente por respeito à Marta, no entanto tenho que dizer que a cara dela era imperdível, digamos que para além de ter um ‘pouco’ medo de andar nestes barcos, tem no fundo respeito pelo mar, o que eu entendo perfeitamente. No entanto havia vizinhas nossas que estavam bem mais apavoradas que ela
Sãos e salvos chegámos a Bali!
O plano inicial passava por visitar a ponta sudoeste da ilha, o templo hindu Pura luwur uluwatu, situado numa falésia com vista para o oceano e fazer o passeio junto à costa até Jimbaran onde iríamos jantar e assistir ao pôr do sol. No entanto os planos foram feitos para, de vez em quando, serem desfeitos e, devido ao atraso do barco e do trânsito infernal desta zona da cidade, o Erwin decidiu, e bem, levar-nos logo para Jimbaran.
Jimbaran lembra-me, salvo as devidas distâncias claro, a nossa Costa de Caparica, um areal extenso e água com alguma ondulação mas um pouco mais quente
O Eka recomendou irmos ao Bendesa Café Jimbaran, de modo a não termos de vender nenhum rim
E foi realmente a escolha acertada, 5estrelas!
Um restaurante simples mas simpático, pé na praia, peixe e marisco fresco e saboroso, preço muito acessível para a qualidade.
Tínhamos portanto todos os ingredientes para um inesquecível Sunset, boa comida, boa bebida, fantástica vista…eis se não quando uma camioneta de chineses é despejada na praia, medo!
Para quem conhece os turistas chineses, estes são, como hei-de dizer para não ferir susceptibilidades, uns turistas bastante sui generis, bastante exteriónicos. De repente as famílias chinesas começaram a receber milhões de selfies dos seus entes queridos directamente da praia de Jimbaran Os seus gritos, sempre que a água atingia os seus pés era algo indescritível.
No entanto, não sei se era pela boa disposição de termos a barriguinha cheia ou da bintang, achámos piada ao espectáculo, abstraímo-nos deste circo à nossa volta e assistimos a um bonito pôr do sol, agradecendo uma vez mais por mais esta fantástica viagem, que estava a quase quase a chegar ao fim
A noite caíu e como o nosso avião partia apenas pelas 0h, fomos em direcção a Kuta para fazer umas últimas comprinhas, artesanato, especiarias, cafés, roupa. Ainda nos restava umas rúpias indonésias que reservámos para uma massagem, de modo a relaxar de toda esta canseira
Chegámos ao aeroporto ainda com bastante antecedência, iríamos fazer uma viagem nocturna rumo à cidade da Ásia onde tudo tinha começado há cerca de 20 dias, a nossa cidade fetiche: Bangkok
Enquanto esperava pela hora do vôo entretinha-me a ver as pessoas a chegar às Ilha dos Deuses, à procura do cartaz com o seu nome ou a reencontrar os seus entes queridos e cantarolava a música do Milton, Encontros e Despedidas, ‘Tem gente que chega pra ficar/Tem gente que vai pra nunca mais/Tem gente que vem e quer voltar/Tem gente que vai e quer ficar/Tem gente que veio só olhar/Tem gente a sorrir e a chorar….’
Um dia serão os nossos filhos de mochila às costas que irão passear pelos verdes arrozais de Bali, mergulhar nas muitas cascatas da ilha, beber um café balinês, purificar-se nos tempos sagrados, conhecer outra religião, outros costumes, outra gastronomia.
Ficarão certamente mais ‘ricos’…
Até um dia Bali!