Bangkok

Já refeitos do impacto inicial do calor da capital da Tailândia lá fomos nós tratar das formalidades normais de entrada no país: visto, fotografias e finalmente buscar as nossas mochilonas para rumarmos o mais rapidamente para o hotel porque já tínhamos programa para a tarde deste dia.

O problema foi que as malas já tinham todas sido entregues e as nossas… NEM VÊ-LAS! Já a hiperventilar e a temer o pior lá apareceram por milagre as nossas duas, UFA!

Refeitos do susto seguimos num ápice para o metro contíguo ao aeroporto que nos iria levar até à estação mais próxima do hotel, e após uma curta viagem de táxi lá chegámos a Rambuttri Road, onde se localizava o nosso hotel para as próximas três noites, o Rambuttri Village Plaza. Pertinho da movimentada e barulhenta Khao San Road mas suficientemente distante para desfrutar de alguma tranquilidade.

Este hotel foi o nosso escolhido devido a dois principais factores: qualidade/preço, 25€ a noite com pequeno almoço, e a localização muito central face aos pontos turísticos que nos interessava ver.

 

Loha Prasat, Gold Mount, ThipSamai e Kaho San Road

Fizemos então o nosso check in o mais rapidamente possível e fomos a pé rumo ao nosso primeiro destino da tarde: Templo de Loha Prasat, até onde demorámos cerca de 20/30 minutos a chegar pelo meio de um trânsito caótico. Este templo com trinta e seis metros de altura tem trinta e sete bicos pontiagudos pretos que simbolizam as trinta e sete virtudes que são necessárias para alcançar a verdadeira sabedoria. O espaço envolvente está muito bem cuidado e longe das hordes de turistas.

Seguimos depois para o Wat Saket Temple ou Golden Mount, onde conseguimos ter uma vista panorâmica sobre a cidade a cinquenta e oito metros do solo. Já foi em tempos o local mais alto da cidade, hoje jà ultrapassado pelos inúmeros arranha céus.

Antes de alcançar o topo temos apenas que subir 344 degraus, sempre em espiral  😀 Peanuts!

Ficámos pelo templo cerca de duas horas a contemplar e a passear até quase o sol se pôr. Quando a fome começou a apertar seguimos para um concorrido restaurante ali na zona, o Thip Samai, que pela fila de espera só podia ser bom! Optámos por uns rebentos de soja com lima para entrada e para prato principal um pad thai de frango e outro de camarão com um sumo de coco e um sumo de laranja por um módico preço de 315 Baths, cerca de 8 euros! Estava realmente delicioso e nesse momento confidenciamos que éramos meninos para comer pad thai todos os dias 😀

Depois de cerca de 38 horas sem dormir o corpo já dava sinais de quebra e seguimos a pé para casa, sem querer fomos impelidos a entrar numa rua enorme onde a luz e a música  nos convidava, era a Kaho San Road, famosa desde o filme The Beach, onde o Leonardo Di Caprio deambulava pelas ruas de Bangkok 😀 Aliás o turismo na Tailândia nunca mais foi o mesmo depois do filme. Há, claramente, um antes e um depois, com tudo o que tem de bom e de mau, é claro.

Mal entrámos na rua deparámo-nos com centenas de bancas de roupa, bebida e comida de rua e variadíssimas espetadas de…escorpiões, escaravelhos e bicharadas afins, tudo com um ar muito crocante e saboroso, não fosse termos acabado de comer há pouco juro que tínhamos provado😀 NOT! O que é certo é que para nossa surpresa muitos turistas provavam a iguaria! Muitos bares, muita música, muita animação caracteriza a Kaho San Road mas a nossa praia era mais a nossa Rambuttri Road, animada mas mais calma, com um ambiente mais acolhedor repleto de inúmeros candeeiros de papel de todas as cores.

Para refrescar fomos ainda dar um mergulho nocturno na piscina do hotel que se situava no Roof Top 😀

Fomos acabar a noite na esplanada do nosso hotel a beber uma Chang, óptima cerveja tailandesa, e apesar de ter começado a chuviscar recentemente o calor e a humidade estavam no seu auge,  era absolutamente necessário estarmos bastante hidratados!

Foi naquele momento, onde calmamente observávamos as pessoas e todo o ambiente que fervilhava ao nosso redor que nos apercebemos que era mesmo verdade, já estávamos em Bangkok, e como era espectacular em 24 horas estarmos do outro lado mundo, numa terra já há muito sonhada…

Acordar com os monges e uma viagem inesperada

Para surpresa nossa, por volta das 4h30 da madrugada, fomos acordados não pelas galinhas mas sim pelos monges budistas 😆 Era a sua hora de alvorada e os seus cânticos acordavam todos nas redondezas. Havendo largas centenas de templos pela cidade a probabilidade de estarmos próximos de um era imensa!

Descemos para o pequeno almoço e ficámos agradavelmente surpreendidos com a quantidade e qualidade para um hotel de 2 estrelas. Além do habitual num pequeno almoço continental, tínhamos comida típica tailandesa diariamente e fruta tropical super doce e fresca.

 

Infelizmente a nossa máquina fotográfica, que já em Cuba tinha feito das suas, avariou completamente. Com a expectativa que pudesse ser uma coisa resolúvel questionámos no hotel o melhor sítio onde poderíamos arranjá-la, a resposta foi um centro comercial, o MBK, um pouco distante de onde estávamos mas com muitas lojas de eletrónica.

Lá fomos nós apanhar o 15, um autocarro super velho, onde os únicos turistas eramos nós e quando queríamos comprar bilhete mandaram-nos imediatamente sentar, pelos vistos era gratuito 😀 Tivemos a sorte de no bus, entre tanta gente haver uma pessoa que percebia minímamente inglês de modo a nos indicar a paragem de saída.

Foi a viagem mais divertida que fizemos na Tailândia, desde o transito caótico de Bangkok à destreza da nossa condutora que conseguia conduzir, gesticular, buzinar, gritar, no meio de toda aquela confusão e enviar SMS´s, tudo ao mesmo tempo, foi um espetáculo e pêras!

Com uma ventoinha em cima da cabeça a fazer de AC, um paninho multifunções que ora limpava o volante, ora a cara, ora as mãos ora o telemóvel e um singular ferro onde punha as mudanças, aquela fantástica viagem fez-nos perceber o quão diferente e singular aquela cidade era.

Chegados ao Centro Comercial e depois de ir à loja da marca, o veredicto foi implacável, nada a fazer! Optámos por comprar uma máquina barata apenas para desenrascar e ficarmos com fotos para a posteridade 😀 O Centro era enorme, de diversos andares, com milhentas coisas para ver e comprar, não fora o programa gordo para o dia de hoje, perderíamos certamente largas horas lá.

Tuk Tuk e Wat Pho Temple

Apanhámos um tuk tuk rumo ao Wat Pho temple e entrámos imediatamente numa montanha russa, a sua destreza para furar o trânsito era assinalável e chegámos rapidamente ao nosso destino, sem fôlego, é certo, mas sãos e salvos 😀

 

Famoso pelo seu buda reclinado de 43 metros de comprimento e 15 metros de altura, todo coberto de ouro, no entanto o templo era muito mais do que apenas isso! Os espaços adjacentes com os seus vários templos são de uma enorme beleza e os jardins muito bem cuidados.

 

 

Além de ter o maior buda reclinado da Tailândia, é também o templo com mais estátuas de Buda, mais de 1000!

Outra curiosidade engraçada é que no templo do buda inclinado, depois de o contornarmos, existir uma enorme fila de 108 pequenos potes de bronze. Comprámos uma tigela cheia de moedas e, segundo a crença, devemos colocar as moedas em cada um dos potes para atrair a sorte. Tentar não custar, certo? 😀 O número 108 não é por acaso, representa as 108 acções positivas que levaram o Buda à perfeição.

O Wat Pho foi sem dúvida o nosso templo preferido em Bangkok ☺

Ama Restaurant e Grand Palace

Tendo em conta que o dia tinha começado bem cedo, já estávamos famintos! A escolha recaiu sobre o Ama restaurante, que se situa entre o Wat Pho Temple e Grand Palace que seria o nosso próximo destino.

Enquanto esperávamos deram-nos uma tigela cheia de gelo para nos irmos refrescando, o calor de Bangkok é terrível! Para entrada, optámos por uns rolinhos primavera e para prato principal uns deliciosos Pad Thai regados com um sumo de maracujá e um coco. Estava tudo top! Foi o nosso restaurante preferido em Bangkok e tudo por apenas 340 baths, ie, menos de 9 € ☺

 

Retemperados, seguimos para o Grand Palace, um dos locais mais visitados de Bangkok que foi a residência da família real tailandesa durante 150 anos.

Mal cheguei à entrada fui imediatamente barrado porque ia de calções, mesmo atè ao joelho eles ali não perdoam, mas estrategicamente em frente da entrada estão diversas lojas com calças para os turistas mais incautos como eu 😀 Quando já escolhia um belo par de calças com elefantes, um casal americano que vira que me tinha ter sido impedido de entrar, vieram-me oferecer umas calças, fazendo a sua boa acção do dia. Eu agradeci como é óbvio 😀

 

Como o próprio nome diz é tudo grandioso e lindíssimo. No entanto, os turistas são tantos que acabam por tirar um pouco à beleza do local.

Mercado de Vegetais e Mercado de Flores

Terminada a visita ao Grand Palace, fugimos da zona turística e seguimos caminhando para a zona de mercados em Bangkok junto ao Rio Chao Phraya.

Começámos pelo vegetable market, um mercado imenso de frutas frescas, vegetais, carne, peixe, especiarias onde cores se misturam e cheiros pairam no ar, e onde facilmente nos podemos perder num mercado que tem a dimensão de um bairro enorme. Aqui comprámos principalmente especiarias, para levar um pouco dos sabores da Tailândia connosco 😀

 

Seguimos depois para dois flower markets, sendo o maior de Pak Khleng, onde como não é difícil adivinhar as flores são a rainha da festa. De todas as espécies, de todas as cores e dimensões, o jogo de cores era realmente incrível e onde podemos apreciar in loco como as senhoras faziam os mais variados bouquets e arranjos.

 

Wat Arum & Amorosa

Passámos para a outra margem do rio e fizemos uma caminhada de quase uma hora até chegarmos ao próximo templo, o Wat Arum, que por infelicidade ainda está em remodelações, para evitar uma derrocada.

 

Também conhecido pelo Templo do Amanhecer, é um dos templos mais icónicos da cidade. As torres do Wat Arum são decoradas com conchas e porcelanas que eram usadas como lastro por barcos que faziam a viagem entre a Tailândia e a China. A maior das torres tem cerca de 80 metros e as quatros que a rodeiam chegam aos 60 metros.

 

Infelizmente, devido às obras da torre principal, não é possível escalar até ao seu topo, mesmo assim das torres mais baixas temos uma vista incrível sobre o rio e sobre a cidade.

 

Hora de passar novamente o rio, mas agora iríamos de barco, seria bem mais rápido! Depois da compra de mais uns recuerdos seguimos para o Bar Amorosa para beber um copo no roof top e assistir ao pôr do sol tendo como pano de fundo o Wat Arum iluminando-se. Foi, talvez, o momento mais bonito que experienciámos em Bangkok 😀

Jin Chieng Seng by Inn a Day Restaurant

Na rua ao lado estava o restaurante que tínhamos escolhido para jantar, um espaço muito giro, muito bem decorado, onde se localizava também um hotel. Adivinhem o que comemos? PAD THAI, claro! Até agora o picante vinha sempre à parte e desta vez não foi excepção. A diferença foi que a Marta – cheia de bravura – pôs o picante todo, eu – mais cauteloso –  pus apenas metade, resultado: Marta ficou on fire a refeição toda, quase com lágrimas nos olhos e eu degustei, provavelmente, o melhor pad thai de Bangkok, acompanhado, também, com o melhor shake de manga da Tailândia que iríamos beber durante a nossa viagem.

Seguimos a pé até às imediações do nosso hotel e como hoje tínhamos andando quilómetros resolvemos presentearmo-nos com uma massagem de pernas e pés na Rambuttri Road, numa poltrona muito fofinha e com aquelas músicas de elevador tailandês, super relaxante 😀

Após mais umas comprinhas, já que em Bangkok é mais barato do que nas ilhas fomos fazer ó-ó porque já sabíamos que pelas 4h30 era a hora de alvorada 😀

 

Marble Temple & Cozy House Restaurant

 Acordámos bem cedinho e depois do espectacular pequeno almoço no hotel, fomos fazer a excursão de dia completo para Ayutthaya, que mais tarde iremos contar com detalhe. No entanto, quando regressámos a Bangkok ainda chegámos a tempo de visitar o Marble Temple, cuja visita se ficou apenas pelo seu exterior e jardins, já que no interior estava a realizar-se uma cerimónia Budista. Regressámos a pé e passámos por alguns mercados de rua, apenas frequentados por locais até ao restaurante onde iríamos jantar nessa noite.

 

A opção recaiu no Cozy House, um restaurante que tinha boas reviews e que, apesar de não ser tão bom como outros onde comemos em Bangkok, nos agradou. Decidimo-nos por um pad thai de frango e outro de gambas acompanhado por um batido bem fresquinho.

Aproveitámos a nossa última noite em Bangkok para fazermos as últimas compras e para experimentar uma massagem tailandesa a dois, muito romântico 😀 Nunca tínhamos feito nenhuma e depois de algumas cotoveladas e estalos pelo corpo todo, ficámos como novos pela módica quantia de 3.85€, cada.

Costuma dizer-se que Bangkok ou se ama ou se odeia e decididamente nós amámos a vibração da cidade e tencionamos regressar em breve…

No dia seguinte rumaríamos para Sul  😀