Cartas

Dia 0 – Lisboa

Olá mãe, já chegámos ao aeroporto!
Ficámos tão excitados com o facto de termos ficado nos finalistas dos blogs do ano que decidimos comprar uma viagem e vamos lá voar 😆
Bom, na verdade não foi bem assim. A viagem já foi comprada em Janeiro e até pensámos que a mesma não se iria realizar. A nossa querida companhia aérea de bandeira foi-nos trocando as voltas com tantos cancelamentos, adiamentos, atrasos e no final acabou tudo na hora inicialmente prevista. No entanto com tantas trocas e baldrocas, só acreditamos que efectivamente vamos quando estivermos nos ares.
Pela 1ª vez vamos conhecer a cidade magiar de Budapeste, nunca fomos tão a Leste no mapa Europeu e estamos imensamente curiosos por descobrir os seus encantos!
Amanhã ao final do dia vou-te contar tudo o que fizemos e as nossas 1as impressões.
Espero dormir pelo menos uma ou duas horas no avião para amanhã estar ‘fresquinho’ para conhecer a cidade 😂
P.S.: Obrigado pelo jantar, o borrego estava delicioso! Não sei se teremos a mesma sorte a nível gastronómico nos próximos dias..pelo que já nos disseram o comer Húngaro não é muito consensual, no entanto irá ser comida local todos os dias 😉
Beijinhos e até amanhã!

budapeste0

Dia 1 – Budapeste

Boa noite mãe! Por cá tudo bem, tirando um ‘calor’ anormal que encontrámos mal aterrámos 😉
Pelas 5h da manhã chegámos a Budapeste e se dormi uma hora no avião foi muito..estamos fresquinhos como uma alface como deves imaginar 😂
6h da manhã, com o check in já feito no lado de Peste e com o sol a nascer, lá fomos nós descobrir a cidade ainda deserta.
Primeira paragem do dia? Uns banhos para animar e levantar o moral das tropas depois de uma noite não dormida, mais exactamente no lado de Buda, o Rudas Baths. Um complexo de banhos termais não tão conhecido mas que recomendamos e muito! É dividido entre uma zona mais antiga onde se encontram os banhos turcos e outro com uma zona de spa mais moderna onde se encontra uma piscina termal de água quentinha com uma vista de cortar a respiração sobre a cidade 😀
Depois dos banhos fomos fazer uma free walking tour para conhecer um pouco mais da história do país e da cidade, caminhada esta que acabou num dos pontos mais altos da cidade e também num dos mais bonitos, o Bastião dos Pescadores.
Hora de almoço e hora de provar as iguarias locais e ficámos rendidos, os nossos receios não tinham razão de ser, foi 5 estrelas!
Depois do almoço é que foi pior, de barriguinha cheia o corpo cedeu e foi com algum custo que seguimos para o nosso próximo destino: o enorme e grandioso parlamento húngaro. Não sem antes passarmos pelo memorial em memória dos judeus à beira do Danúbio e onde é impossível ficar indiferente. Os nazis fuzilavam-nos deixando ficar em terra um dos seus bens mais preciosos para a época: os sapatos.
Já recompostos, seguimos para a visita ao Parlamento, que foi super animado devido ao guia. Uma mistura de mafioso de leste, com pugilista ( já que tinha um olho negro) e actor de filmes alternativos. No entanto foi graças ao seu sentido de humor que a visita ao Parlamento foi única.
Como estavámos KO e o nosso próximo programa ainda tardava fomos para o hotel descansar uma horinha para retemperar forças!
Next: Cruzeiro pelo Danúbio, onde vemos de uma perspectiva diferente a cidade, repleta de luzes enquanto ouvimos música clássica e Húngara. A Marta deixou-se embalar e passou pelas brasas tal era o cansaço 😆
Hora de jantar e é daqui que te escrevo enquanto espero pela comida. Os húngaros, pelo menos aqui em Budapeste acham muita piada à palavra bizstró. 99% dos restaurantes em vez de serem restaurantes são bizstrós, é mais fino e soa melhor 😂
Portanto para jantar escolhemos um bizstró com muito boa pinta, estilo vintage, como se estivéssemos na cozinha de uma avó Húngara. Depois podes ver todas as fotos do nosso longo dia na lindíssima capital da Hungria no nosso Instagram, basta carregares aqui www.instagram.com/mmaroundtheworld2010 😀
Beijinhos e até amanhã com mais notícias!

budapest1

Dia 2 – Budapeste

Boa noite mãe!
Hoje o cansaço era tanto que não nos deixou acordar tão cedo como queríamos. Depois de uma noite sem dormir também é normal 😀
Após o bom pequeno almoço do hotel ficámos desde logo energizados para mais um dia em Budapeste.
Deixámos cair o primeiro destino do dia, a Citadella, e seguimos para Buda, mas hoje fomos de funicular. Ao contrário do dia anterior, que tinha uma fila imensa, hoje tínhamos este lindíssimo comboio só para nós! Segredo: ainda eram 8h30 da matina 😉
Fomos dar uma voltinha ao Bastião dos Pescadores (desta vez com muito menos gente) enquanto a Igreja de São Matias não abria portas. É uma igreja lindíssima, arrisco a dizer que foi a igreja mais bonita que visitei até hoje! Se do lado exterior já é imponente, o seu interior surpreende-nos pelas suas paredes únicas e totalmente ‘tatuadas’.
Seguimos para o Hospital in the rock, um museu incrível e imperdível que fica a 8metros debaixo da terra. Foi um bunker hospitalar durante a II guerra Mundial e um bunker nuclear durante a guerra fria. Tivemos um guia fantástico que nos explicou todas as suas mutações ao longo do tempo. A mensagem final, tendo como cenário dezenas de origamis no tecto e rodeado de fotografias de Hiroxima foi: o principal objectivo deste museu é mostrar as coisas horríveis que a humanidade é capaz de fazer e todos nós temos um papel decisivo para impedir que a história se repita.
A poucos metros do hospital in the rock encontrámos o labirinto do castelo de buda, que se estende por mais de um km debaixo do solo. Se tiverem claustrofobia, forem medrosos ou não tiverem jeito para encontrar saídas, esta atracção deve ser deixada de lado 😉
Hora do almoço e como estávamos numa temática de atrações subterrâneas porque não um restaurante numa cave? A comida uma vez mais não nos desiludiu e até encontrámos algumas semelhanças com a nossa cozinha. Uma coisa que acho graça e me fez lembrar os meus avós é que para eles o pão é um excelente e indispensável acompanhamento, devem ter raízes beirãs ou alentejanas 😀
Fomos fazer a digestão para o parque da cidade, tendo como cenário o seu bonito castelo Vajdahunyad.
Hora de ir a banhos! Mais exactamente nos banhos termais mais famosos da cidade, Széchenyi.
Se quiserem encontrar algum turista conhecido ou mesmo um turista que não conhecem, aqui é o sítio certo! É o ponto de encontro de todos os turistas da cidade 😂
Apesar de muito turístico vale a pena uma visita, mais que não seja pelo seu imponente complexo e principalmente pelas suas piscinas exteriores. Adorámos a piscina que parece que estamos num carrossel 😀
No entanto a memória que vou guardar destas termas além da sua grandiosidade foi o facto de ao locomover-me da piscina exterior norte para sul quase morrer de hipotermia, tal era o frio, tremia como varas verdes!
Banhos de três horas terminados e fomos para o hotel pormo-nos bonitos e cheirosos porque o programa seguinte estava quase a começar: ir assistir a uma ópera, o requiem do Verdi, na lindíssima ópera de Budapeste.
A dois passos de casa là estava a ópera, em obras, apenas na parte exterior pensávamos nós. Eis se não quando apercebemo-nos que estava mesmo fechada e a ópera não era ali! Por mais que esteja tudo planeado, há sempre alguma coisa que não corre conforme delineámos…usando uma linguagem futebolística é como quando a equipa da casa joga em casa emprestada 😀
Tal como nós, uma menina russa que vive em Munique e uma menina Indiana que vive no Dubai também vieram ao engano e lá fomos todos de táxi para o teatro substituto ver a ópera, e apesar de 5min atrasados lá chegámos um pouco esbaforidos!
O senhor Verdi que me perdoe mas confesso que pestanejei algumas vezes, mas tenho boa desculpa: ando a dormir pouco 😂
Por falar em Verdi, por aqui a estação mudou, no final da tarde começou a chuva. Creio que será o São Pedro Húngaro a chorar a nossa quase despedida da cidade 😉
Acabada a ópera seguimos para o New York Café, um distinto e famoso café da cidade, e onde estávamos na disposição de ir beber um cafezinho pelo preço de uma refeição, completa no entanto uma fila em zig zag até à porta fez-nos desistir.
A fome já chamava e pertinho encontrámos um restaurante que estava nas nossas principais escolhas e que simpaticamente nos serviram jantar apesar da cozinha fechar dali a 5min. Para variar da carne em que se baseiam a maioria dos restaurantes húngaros, este restaurante tem como base o peixe e que bem que soube, estava óptimo!
Hora de ir dar uma voltinha à zona dos bares no bairro judaico, mais exactamente ao famoso Szimpla Bar, mas se no New York Café a fila era grande, aqui a fila era gigantesca para entrar e filas para nós: Não obrigado!
Fomos então beber uma cervejinha num bar perto, o Hops beer bar e desta forma acabámos com chave de ouro a nossa segunda noite em Budapeste 😀
Amanhã o dia será mais pequeno mas não menos cheio! A meio da tarde voltaremos à nossa Lisboa menina e moça 😀
Beijinhos e até amanhã!

budapeste2

Dia 3 – Budapeste

Olá mãe! Hoje às 6h30 o galo cantou! 😉
Rapidamente fizemos o check out, tomámos o pequeno almoço e antes das 8h já estávamos a fazer uma coisa que ainda não tínhamos feito em Budapeste: Ir a banhos 😆
Desta vez escolhemos as termas Gellert, que ficam dentro do famoso hotel do mesmo nome. Com várias piscinas de águas termais quentes, entre os 35 e os 40 graus, os banhos Gellert fizeram a nossa delícia. De entre os 3 banhos que visitámos este foi o nosso preferido! Por aqui ficámos mais de duas horas e se não tivéssemos mais nada para fazer facilmente ficaríamos mais um par de horas. Espero bem que se comprove as suas propriedades medicinais porque com tantos banhos penso que durante um ano não ficamos doentes 😂
Os próximos destinos do dia seriam a igreja na rocha junto às termas e de seguida o grande mercado, ambos ficarão para uma próxima visita porque os Húngaros levam os domingos muito a sério e diversos locais estão encerrados.
Seguimos então para o Museu Nacional Húngaro, onde podemos saber um pouco mais sobre a história deste país desde a sua génese até ao final do séc XX. É um povo que desde sempre, ainda mais estando no coração da Europa, nunca virou a a cara a uma boa batalha, têm sangue na guelra 😀
Seguimos para o bairro judaico para finalmente na zona do ruins bar, conhecer o famoso Szimpla Kert, ao contrário do dia anterior não havia nem fila nem revista para entrar. Estava a decorrer um mercado matinal com produtos regionais, enchidos, queijos, pão, bolos etc Não sei porquê mas este bar lembrou-me Berlim, mais alternativo e underground.
A fome já apertava e mesmo ao lado do Szimpla há um street market e como não tinhamos muito tempo, comemos um fast food Hungaro, um Langos burguer, que lembra-me duas filhozes (mas salgadas) e toma lá um hambúrguer no meio, rápido e bom 😀
Para desmoer fomos dar um abraço à famosa estátua do Peter Pan junto ao Danúbio e comer uma vez mais o bolo típico Kurtoskalacs, um primo muito próximo do Tredelnik de Praga que tanto gostámos.
Terminámos bem lá do cimo da torre da Basílica de São Estevão, com uma vista fantástica, abraçámos a cidade e agradecemos-lhe por nos ter recebido tão bem! Também aqui fomos muito felizes 😀
Escrevo a tua última carta de Budapeste já nos ares a caminho de casa!
Para o mês que vem novo destino, novas cartas, novas histórias para contar 😉
Beijinhos e até já!

budapeste3