Liverpool

Quando penso que está frio, eis se não quando recordo aquela manhã gélida de Dezembro em Manchester e tudo de repente fica mais quente! 🙂

Depois de uma noite muito bem dormida no nosso quartel general, The Pendulum, fomos tratar do pequeno-almoço.

Apesar de não sermos mega fãs de um english breakfast, em Roma sê romano, realmente estava muito bem e ficamos bem compostos.

Depois do pequeno-almoço madrugador seguimos a pé rumo à paragem de autocarros que nos levaria para Liverpool.

O nevoeiro estava tão denso que por instantes pensámos que o nosso D. Sebastião iria aparecer justo ali, em terras de Sua Majestade 🙂

A viagem é confortável, barata e rápida, em cerca de uma hora chegámos à cidade dos Fab4 🙂

A pé e sempre a subir chegámos ao 1º spot da cidade, a

Catedral de Liverpool

A primeira impressão que temos, vista de fora, é a sua imponência, sendo a maior da Grã Bretanha e uma das maiores igrejas / catedrais do mundo.

Mal entrámos pensávamos que se estava a dar um casamento real ou qualquer coisa do género, tal era a quantidade de gente. Já estava eu a aquecer as mãos para cumprimentar os manos William e Harry mas…falso alarme: era apenas um mercado de livros e bugigangas na nave da catedral 🙂

Demos uma voltinha pela Catedral e de elevador subimos até à sua enorme torre, onde a 67 metros do chão, moram os sinos mais altos e com o rebater mais audível de todo o mundo. Os meus tímpanos puderam comprovar a veracidade destas palavras 🙂

Subimos mais uns quantos degraus e voilá chegámos ao topo do mundo, quer dizer, de Liverpool. Duas coisas retenho desta subida, a 1ª uma vista absolutamente fantástica sobre a cidade a 360º. A 2ª que com o frio e o vento que estava, tive a plena sensação que o meu cérebro iria congelar 🙂

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Despedimo-nos da catedral e agora sempre a descer rumo à Albert Dock onde moram as principais atracções e os principais museus da cidade.

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Por aqui passeámos, apreciando os magníficos barcos na antiga doca e armazéns do porto da cidade, fomos cumprimentar os músicos mais famosos da cidade e quiçá do mundo, onde têm aqui um fã desde tenra idade 🙂

Era hora de visitar…

Museu de Liverpool

O óptimo no Reino Unido, é que os principais museus das cidades, além de serem fantásticos, são gratuitos e o museu de Liverpool não é excepção.

Ficámos agravelmente surpreendidos com este recente museu que nos deu a conhecer de uma forma bastante interactiva e informativa a história desta cidade portuária, sua cultura, costumes, arquitectura, economia e a vida difícil que o povo enfrentou num passado não muito distante. No 2º andar impressionou-nos de sobremaneira as condições sub-humanas em que a população trabalhadora de Liverpool (sobre)vivia.

No 3º e último andar do museu, encontram-se algumas exposições mais descontraídas, sobre futebol e os beatles p.ex., onde podemos ter uma belíssima vista sobre a doca.

Imperdível não visitar este museu aquando da visita à cidade.

De seguida fomos visitar o…

Museu Maritimo e Museu da escravidão

Também gratuito e que conta a história marítima da cidade, desde sempre intimamente ligada ao mar e sobre os seus famosos estaleiros e construção de grandes navios, o mais famoso não pelas melhores razões, o Titanic.

O museu tem uma exposição exclusiva e interessantíssima sobre o Titanic, que nos fala de todos os detalhes da história desde a sua construção, até ao seu naufrágio.

No mesmo edifício onde se encontra o museu marítimo encontra-se também o museu da escravidão, impactante, impossível não nos chocar e fazer chorar. Faz-nos ver e pensar na crueldade do ser humano. E não foi assim há tão pouco tempo..

Bastante interactivo também e impossível perder.

O tempo não pára e mesmo ao lado está a Tate Gallery, que infelizmente já não tivemos tempo para dar um olhinho, principalmente às pinturas, já que a arte moderna não é muito a nossa praia.

Apesar do pequeno-almoço reforçado, o estômago já estava inquieto e almoçámos/lanchámos mesmo ali na doca, no…

Docklands Fish and Chips

Se quiserem um sítio para comer rápido, bom e barato aconselhamos.

Já tinhamos comido em Dublin e Londres, mas este estava bem superior. Optámos por uns filetes de bacalhau com batatas fritas que desapareceram num ápice.

Com energias renovadas seguimos para o nosso último museu do dia…

The Beatles Story

Sendo um museu pago, fecha mais tarde e por este motivo o deixámos para o final.

Para quem é fã dos Beatles este museu é imperdível e para quem não é assim tanto também é 🙂 Com audioguia em português é impossível não nos apaixonarmos pela história e sucesso meteórico dos fabulosos 4 de Liverpool.

Cronologicamente vai contando a história da banda, sempre de uma forma muito interactiva e recriando muitos cenários da banda, sendo os mais incríveis o Bar The Cavern e o avião que os levou na 1ª digressão para os EUA.

Apesar de ser um amante dos Beatles, especialmente na sua segunda metade de existência, e à partida ser por isso um museu fácil de me conquistar, mesmo assim superou as minhas expectativas e por aqui ficámos cerca de 2 horas, a descobrir um pouco mais sobre cada uma destas personalidades que formaram a maior banda de todos os tempos.

50140803_2139612959433317_6172290362845954048_nNo final da exposição, recriam o cenário das filmagens do teledisco do meu Beatle predilecto, o famigerado John Lennon que morreu no ano em que eu nascia, com o seu enorme piano branco, ao som da mítica Imagine.

Uma mensagem utópica para o mundo, imaginando um mundo sem guerra, sem fome, sem injustiças…

É o grand finale, nota 5estrelas!

Quando saímos a noite escura já dominava a cidade, sendo que as cores de Natal lhe conferiam um brilho especial.

No edifício Martin Luther King vimos um fantástico video mapping e fomos passeando pelos sítios mais movimentados da cidade até chegar ao restaurante onde iríamos jantar, desta vez mais calmamente, no…

Shiraz Turkish BBQ

As boas reviews deste restaurante turco fizeram-nos escolher e não desiludiu.

O espaço, apesar de pequeno, é muito acolhedor e com uma decoração natalícia muito gira.

A Marta optou por uma calzone e eu uns grelhados típicos turcos.

A outra razão que nos levou a escolher este restaurante foi o facto de estar a três passos de onde iríamos acabar a noite na cidade…

The Cavern Club

Talvez o Bar mais conhecido do mundo por ter sido este local que impulsionou os Beatles para a fama e onde tocaram por 292 vezes.

O que muita gente não sabe é que o The Cavern fechou em 1973 devido a obras do metro.

Depois da morte do John Lennon, a nostalgia relativamente aos Beatles ainda aumentou mais e o The Cavern foi restaurado na mesma rua do antigo e foi feita uma réplica o mais fiel possível do original, com as mesmas peças decorativas e inclusivé com os mesmos tijolos.

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Quando descemos para o bar subterrâneo, deparámo-nos com uma multidão de gente e com bandas de cover dos Beatles a tocar, o que imediatamente nos transportou para os anos 60.

Aqui ficámos a beber uma pint e a curtir o reportório imenso da banda até as nossas pernas aguentarem, não havia um único lugar sentado!

Saímos quase à meia noite e as ruas estavam cheias e eufóricas, não fossm os Bretões uns grandes foliões.

Desta vez iríamos para Manchester de comboio.

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Enquanto a Marta dormitava depois de um dia cheio e cansativo, os locais cantavam a plenos pulmões e eu acompanhava a música de uma das bandas ícon de Manchester, que ficou como hino da tragédia na cidade há poucos meses, após mais um atentado…Don´t look back in Anger dos Oasis..e foi um momento muito bonito e especial ao acabar o dia 🙂

Passadas poucas horas já estaríamos num novo destino, uma nova aventura, uma nova cidade para descobrir 🙂