Manchester

Faz precisamente um ano que aproveitando o feriado da restauração da independência fomos fazer um mini break a Inglaterra…..

Tendo como quartel-general a cidade de Manchester e tendo como desculpa o mercado de natal a ocorrer na cidade, iríamos aproveitar para conhecer além de Manchester, a cidade de Liverpool e York.

Pela primeira vez pensámos que ficaríamos em terra, relativizámos o fim de semana prolongado e o aeroporto estava completamente à pinha. A saga das filas intermináveis para o controlo no terminal 1 ia deixando tudo a perder. A nossa sorte é que iríamos voar pela TAP e não por uma low cost, caso contrário tínhamos ficado definitivamente em terra.

Depois do jogging matinal forçado até à nossa gate, finalmente já estávamos no ar a caminho da cidade de bandas como Joy Division, The Smiths ou Oasis.

 

Chegámos a meio da manhã ao aeroporto de Manchester, e aí apanhámos o comboio que nos levaria para o centro da cidade. Fomos deixar as malas à nossa casa por duas noites, o Pendulum Hotel, e seguimos de imediato para o nosso 1º destino do dia

The Manchester Museum

Junto à famosa Universidade de Manchester, com toda a sua agitação, escolhemos o museu de Manchester para dar o pontapé de saída pela cidade.

 

Obviamente que não é o museu de história natural de Londres ou o British Museum mas deixou-nos agradavelmente surpreendidos.

 

Apesar de não ser muito grande a nível de espaço tem um largo e importante acervo, desde os esqueletos de animais pré históricos, com o T-Rex em grande destaque,  animais empalhados originários da Grã Bretanha e um espaço com animais vivos, onde estivemos entretidos a encontrar iguanas, rãs e camaleões, muita bicharada portanto 🙂

 

De referir que os empregados são super simpáticos e sempre disponíveis a esclarecer qualquer dúvida que tenhamos.

Imperdível em Manchester, ainda mais de entrada gratuita.

 

Para não perder muito tempo almoçámos por ali numa roulotte de street food, fomos dar uma voltinha pela China Town rumo a

Manchester Art Gallery

Não sendo a National Gallery achámos interessante a visita, não tanto pela exposição temporária de arte moderna que não somos particulares fãs, mas para apreciar sobretudo os quadros de pintores mais ou menos famosos, como por exemplo William Turner, Renoir ou Degas.

 

Aqui encontrámos pintores da Escola Flamenga, grandes paisagistas e retratistas Ingleses do século XVIII e XIX, acabando no século XXI.

Seguimos a pé rumo aos vários pontos onde o Mercado de Natal se realiza tendo como epicentro a Albert Square. Apesar de ainda ser cedo já estava uma multidão de pessoas. Iríamos voltar mais logo de noite para vermos as luzes de natal e sentir novamente o ambiente natalício.

 

 

Sempre a pé fomos dar um olhinho à

Catedral de Manchester

Um dos símbolos da cidade, que já por diversas ocasiões teve de ser reconstruída, como por exemplo após a queda de uma bomba alemã durante a II G.M. e mais tarde após um ataque do IRA.

Infelimente a torre central da catedral estava entaipada, deve ser uma sina nossa 🙂

Como estávamos mesmo ali ao lado e tínhamos tempo, fomos visitar

 

National football museum

Logo à entrada encontrámos no hall of fame, o nossa pantera negra, Eusébio que após o Mundial em Inglaterra tornou-se uma lenda e pensei que era um bom prenúncio para a visita ao resto do Museu. Nada mais errado. Não achei nada de especial, à excepção da exposição temporária dedicada ao astro brasileiro Pelé que muitos, não eu, julgam ser o Rei, o melhor futebolista de todos os tempos.

 

Quem não tiver muito tempo e não gostar de futebol, é um museu dispensável.

O sol matutino tinha dado lugar à chuva, que agora caía com mais intensidade. Sem medos seguimos para o nosso próximo destino, a

John Rylands Library

Aconselhamos vivamente a visita a esta biblioteca, com um edifício lindo neogótico que se assemelha a uma igreja e onde somos transportados para uma atmosfera mágica e subitamente entramos num qualquer livro do Harry Potter.

 

Esta biblioteca foi fundada pela Sra. Enriqueta Augustina Rylands em memória de seu falecido marido, John Rylands um antigo empresário industrial em 1900.

As coleções especiais, consideradas entre as maiores do Reino Unido, incluem milhares de livros e papiros históricos, incluindo a Bíblia de Gutenberg e muitas outras.

 

Quando saímos a chuva já tinha dado lugar ao sol, não estivéssemos nós na Terra de Vossa Majestade, o frio esse não dava tréguas.

Sempre a pé chegamos agora ao

Museu da Ciência e da Industria

Talvez o museu mais famoso da cidade fazendo jus ao seu apelido de berço da Revolução Industrial. Foi aqui aplicada a máquina a vapor à indústria têxtil pela primeira vez em 1789 e foi também em Manchester que a primeira linha férrea de passageiros foi construída.

Eram tempos onde a cidade crescia desmesuradamente e era coberta de preto, do fumo das fábricas.

 

Mal entrámos no museu tivemos a sorte de apanhar uma visita guiada, ´The Mill´, numa das alas repletas de máquinas de tecelagem.

Aqui aprendemos de uma forma muito prática o funcionamento das máquinas, como também todo o processo desde o momento em que os escravos apanhavam o algodão nas colónias inglesas, até ao produto final saído daquelas máquinas imensas e barulhentas.

 

Nós apenas vimos e ouvimos o funcionamento de uma máquina em acção, se multiplicarmos pelo número de máquinas ali em funcionamento nem queremos acreditar como seria possível alguém trabalhar mais de um ano sem ficar surdo.

As condições de trabalho eram realmente sub-humanas, com uma carga horária para lá do que podemos imaginar, os direitos laborais só chegariam anos mais tarde.

Aqui as mulheres e principalmente as crianças tinham um papel fundamental no fabrico, mãos pequenas eram importantíssimas no manuseamento de determinadas peças e era muito comum acontecerem acidentes de trabalho. Crianças de 5 anos trabalhavam 10 horas por dia, 6 dias seguidos…

Podemos também ver um edifício dedicado às máquinas a vapor que aqui tiveram início e uma parte mais interactiva dedicada à ciência e tecnologia.

 

No entanto, o que mais gostámos e nos impressionou, foi realmente a visita guiada à fábrica de tecelagem.

Fica claro, após a visita a este museu, de que modo é que o mundo foi profundamente transformado pela revolução industrial e como Manchester foi um dos principais centros dessa transformação.

Pertencente ainda ao museu mas noutro edifício fora do complexo está uma ala apenas dedicada a aviões, avionetas, helicóptero, enfim tudo que voava.

Aqui não tivemos muito tempo para ver porque já estávamos perto do horário de fecho mas foi suficiente para tirar umas fotos aos diferentes modelos exibidos, não sendo nós uns verdadeiros fanáticos pela temática 🙂 No entanto, os modelos são enormes e incríveis.

 

Quando terminámos a visita a escuridão já era total e com um dia tão cheio a barriga deu-nos um sinal urgente e fomos rumando para o…

Pieminister

O espaço era pequeno e estava completamente lotado mas lá conseguimos um cantinho para nós.

Não estava com grandes expectativas vou ser sincero, comer bem em Inglaterra não estava muito nos meus planos e uma pie, hummm, escolhemos o restaurante precisamente pelas pies mas sem muita fé 🙂

Até que a nave, mothership pie,  aterrou com a sua pie e não é que estava divinal? Estava tão mas tão boa que hoje ainda falamos que iremos a Manchester somente para comer esta pie e nada mais lol Também podemos encontrar a Pieminister em Liverpool ou Bristol, por exemplo mas aqui em Manchester sabemos que estava 5 estrelas.

 

Agradavelmente surpreendidos e de barriga cheia fomos novamente para a Albert Square para o

Mercado de Natal de Manchester

Apesar do mercado de natal ter vários pontos pela cidade, com várias barraquinhas à boa maneira alemã é aqui o maior e central mercado de Natal da cidade, bem no seu coração, com a imagem de marca do seu enorme pai natal junto ao Town Hall e bem no topo da praça.

É na Albert Square que os adeptos do United e do City se reúnem para comemorar a conquista de títulos. No entanto, o evento mais popular realizado na praça é mesmo a feira de Natal de Manchester.

 

Como estávamos com uma barrigada da Pie apenas passeamos e bebemos um chocolate quente para tentar aquecer o corpo do fresquinho de Manchester, sem muito sucesso 🙂

 

Chegava a hora de regressar ao quentinho do hotel, amanhã acordaríamos bem cedo para conhecer a cidade dos Beatles, Liverpool 🙂