Railay

Eram 6 da manhã e já estávamos a fechar a porta do quarto e prestes a despedirmo-nos de Bangkok. Às 10h partia o nosso avião rumo a Krabi de onde seguiríamos, de seguida, para Railay, o nosso destino final.

Enquanto tomávamos o último fantástico pequeno almoço do Rambuttri Village Hotel um sentimento de nostalgia invadiu-nos por termos de partir já de Bangkok, pois tínhamos adorado a cidade e ainda tinham ficado algumas coisas por fazer, que será uma óptima desculpa para no futuro voltar 😀

Com mais de 3 horas de antecedência e tendo em conta que estávamos a cerca de 30 km do aeroporto de Don Mueang, estávamos tranquilos com as horas e como queríamos evitar emoções fortes antes de apanhar o avião optámos por ir de táxi. Não nos lembrámos foi do pequeno pormenor que é o trânsito absolutamente caótico de Bangkok.

Depois de mais de uma hora “presos” e, literalmente, parados no trânsito da cidade já prevíamos o pior, bye bye voo. Até que por milagre lá conseguimos sair da teia, e o nosso simpático choffeur Santat foi a voar até ao aeroporto 😀

Voámos com a Nokair, uma simpática low cost, conhecida pelos seus aviões de várias cores com bico de pato. Ao contrário das low cost europeias, aqui tivemos direito a um snack, água e muita simpatia por parte da tripulação. Como recompensa comprámos diversos recuerdos da companhia a bordo e quando demos por isso já estávamos em Krabi, uma horinha bem rápida! Por 25€ não estávamos à espera de tanto.

Chegados ao aeroporto de Krabi e à malfadada passadeira, adivinhem a quem pertenciam as últimas malas? As nossas, claro 😀

Seguimos numa Van para Ao Nang e daí apanhámos um tail boat até Railay. Estava um dia de sol maravilhoso e foi lindíssimo aquele pequeno passeio de barco, com uma vista de cortar a respiração.

O barco atracou em East Railay e seguimos por um curto caminho que nos levaria até West Railay – o lado mais bonito – até ao nosso hotel, o Sand Sea Resort que iria ser a nossa casa nas próximas 4 noites.

Mal chegámos ficámos deslumbrados com a beleza de Railay Beach e sentimos imediatamente que seriam os melhores dias da nossa vida 😀

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Enquanto faziamos o check in deram-nos umas toalhas bem fresquinhas para nos refrescar e umas bebidas, que não faço ideia o que eram mas que nos souberam pela vida, tanto era o calor. Para um hotel de 3 estrelas, achámos estas mordomias too much!

Seguimos num carrinho de golf até ao quarto e uau! Era simplesmente fantástico, um quarto enorme com uma cama king size e uma varanda com uma vista belíssima. Foi somente o melhor resort, com a melhor qualidade preço em que estivemos, digno de um 5 estrelas! Com oferta diária de garrafas de água, sumos, refrigerantes e batatas fritas.

Ansiosos por aproveitar o mais rapidamente um pouco da  nossa praia, almoçámos mesmo ali à beira mar um sandsea fried rice servido num ananás, muito giro e delicioso, regado com uma Cola, porque estávamos num resort Muçulmano e não era permitido bebidas alcoólicas.

Chegada a hora de por os pezinhos na praia, umas nuvens prometedoras começaram a aparecer, mas não era uma chuvinha que nos ias estragar o dia, ainda mais a água estava bem quentinha. O problema é que a chuvinha passou a chuvada de uma intensidade impressionante acompanhada com vento, o que não nos deu outra hipótese que não resguardarmo-nos e após uma hora a contemplar a força da natureza acabámos por ir para o quarto. Passámos toda a tarde a descansar, a ver filmes e a aproveitar as comodidades do quarto, enquanto lá fora a chuva não dava tréguas.

Caiu a noite e finalmente o São Pedro Tailandês deu tréguas e felizmente foi para o resto da nossa estadia. Fomos, então, conhecer Railay by night. Estar em Railay é quase como estar numa mini comunidade. Sente-se a tranquilidade no ar, as ruas estreitas de terra parecem quase todas iguais e estas separam os hotéis, os bares e restaurantes improvisados.

Apesar de Railay ser um espaço pequeno e facilmente palmilhável, tem uma oferta de restaurantes razoável e é ainda um segredo relativamente bem guardado no país cada vez mais turístico que se tornou a Tailândia.

Optámos nessa primeira noite pelo Kohimoor Indian Restaurant, como o nome sugere é mesmo um Indiano. Todos os restaurantes à excepção dos hotéis, eram pequenas barracas improvisadas, com cadeiras de plástico, todos com wi-fi e com um pormenor delicioso que é, ao invés de terem guardanapos, têm papel higiénico para limpar os beiços 😀

Pedimos um pão nan delicioso, um chicken massala e um caril de gambas com arroz regado com uma large chang, umas das óptimas cervejas tailandesas. Estava tudo delicioso, só houve um pequeno problema, habituados a pagar muito pouco pelas refeições, só tinha levado pouco mais de 500 baths e não aceitavam cartão. Lá tive que voltar ao quarto. No entanto, de noite e ainda não conhecendo bem Railay demorei quase 30min, a bússola tinha dado jeito 😀

Depois do jantar fomos dar uma volta por Railay e o chapéu de chuva deu muito jeito, não propriamente pela chuva mas para afastar alguns morcegos nos sitios mais escuros de East Railay 😀

Finalizámos a noite nas espreguiçadeiras do nosso hotel junto ao mar, a contemplar aquela paisagem única no mundo, recortada pelas montanhas no céu, que inicialmente me pareciam nuvens 😀

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No dia seguinte, ninguém diria a tarde chuvosa que tinha estado no dia anterior. Depois do nosso pequeno almoço à beira mar e de um passeio matinal, fomos fazer uma excursão às 4 Islands que já relatámos num post anterior.

Encerrámos o dia no nosso restaurante preferido de Railay, o Railay family, que tinha os nossos 2 B´s favoritos, bom e barato 😀

O dia seguinte acordou com o céu ainda mais azul e decidimos ir praiar na Phranang beach, junto ao exclusivo resort Rayavadee, cerca de dez vezes mais caro que o nosso, e a pé cerca de 10 min do nosso Sand Sea. A caminho passámos junto a umas grutas que são local de passagem para os macacos, mas nós nem vê-los, deviam estar a dormir ainda 😀

Ao chegar a Phra Nang beach, encontramos a sua famosa gruta decorada com centenas de formas fálicas de todos os tamanhos e cores, oferendas à deusa Phra Nang pelos pescadores locais como resultado das suas boas pescarias.img_1274

Existem muitas lendas e histórias à volta desta gruta, em todas elas a Phra Nang é um espírito feminino que simboliza a fertilidade.

Uma lenda conta que há muitos séculos atrás uma princesa Indiana afogou-se após um naufrágio na costa de Railay, confusa e desesperada por atingir a praia o seu espírito refugiou-se nesta cave, onde permanece até hoje.

A mais famosa lenda é nos contada a caminho da gruta, sobre 2 famílias rivais, em que o filho Boon e a filha Nang se apaixonam e desejam casar. Vendo que os seus filhos se apaixonaram, resolvem as suas divergências e tratam dos preparativos para o casamento. No entanto uma poderosa serpente marinha queria que Nang casasse com o seu filho, disfarça-se então de homem, no dia de casamento de Nang com Boom e conseguiu que as 2 famílias voltassem a discutir. Um ermita enfurecido com toda esta situação, lançou um feitiço e todos se transformaram em montanhas e grutas na zona de Railay. O espírito de Boon é o precipício no fim da praia de Phra Nang, enquanto a Nang ficou presa dentro da gruta por baixo do precipício, e assim puderam ficar juntos para sempre 😀

Depois de nos encantarmos com esta lenda estivemos toda a manhã a desfrutar desta calma e bonita praia, sempre com um belo calhau Tailandês a fazer-nos companhia, inclusivé nadei até ao seu encontro. Quando começou a chegar mais gente à praia, era a nossa hora de abalar 😀 No regresso os macacos já tinham acordado e ora aí estavam eles a observar, brincar e a catarem-se uns aos outros.

A barriga já dava horas e fomos almoçar ao nosso restaurante fetiche de Railay, o railay family. Para entrada uma tempura de gambas,para prato principal um pinneaple fried rice e um shake de banana e oreo, tal como da outra vez estava tudo delicioso!IMG_0013-min

Passámos o resto da tarde no relax em Railay Beach, passando horas intermináveis na água até o sol se pôr, momento o qual todos as pessoas que estavam em West e East se juntavam na praia para ver quiçá o por do sol mais bonito do mundo 😀

Para não repetir novamente o Railay family, fomos desta vez experimentar o Mangroove restaurant. Entrada Thai spring rolls, um pad thai de gambas, um pad thai de frango e um shake de ananás. Foi bom e barato, no entanto o railay family ainda era o nosso favorito.

No dia seguinte tínhamos previsto fazer outra excursão para as Hong Islands, no entanto o mar estava muito bravio e não nos recomendaram fazer, a Marta sinceramente não se importou nada depois da experiência da excursão anterior às 4 Islands. O plano alternativo foi muito difícil, passado entre a praia e piscina 😀 À noite fomos despedirmo-nos da railay family e beber um copo ao Last Bar ouvir música ao vivo, muito bom! Ainda hoje quando pensamos na Tailândia vem-nos sempre à memória imediatamente Railay, bela sua enorme beleza 😀

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No dia seguinte acordámos bem cedo porque tínhamos barco para as Phi Phi e ainda queriamos ir espreitar a Diamond Cave. Encontrámos no caminho um casal português referindo-nos que tinham acabado de vir de lá e uns macacos pouco amigáveis tinham ameaçado atacar um casal e uma cobra tinha caído de uma árvore. A Marta ouvindo estes bonitos relatos perdeu a coragem de ir à gruta. Lá fui eu cheio de coragem, relativamente aos macacos nunca tive problemas, já que apenas os observava com alguma distância e respeito, relativamente às cobras acabei por as ver mas nenhuma me caiu em cima 😀

Para mim pior que as cobras ou macacos eram os morcegos, que mal entrei na gruta faziam um barulho ensurdecedor e a qualquer momento pensava que me iam atacar 😀

O percurso pela gruta é feito por caminhos de madeira aparentemente seguroa e está tudo bem iluminado de modo a apreciarmos as espectaculares formas rochosas, estalagmites e estalactites. É bonito sim senhor mas foi uma visita rápida devido ao receio dos morcegos!

Hora de partir para as Phi Phi, até sempre Railay!