Com a chegada da Primavera e quase a recomeçar mais uma rotas dos Castelo pelo nosso fantástico país, aqui recordamos a II Rota ainda em 2017, precisamente no Dia Nacional dos Castelos.
Ao contrário da nossa I Rota dos Castelos, onde percorremos mais de 1000Kms num fim de semana, esta iria ser mais soft, não em número de castelos mas em kms 🙂
Desta vez não foi preciso acordar de noite, o nosso 1º castelo a conquistar estava a cerca de uma hora de distância, o…
Castelo de Óbidos
Já nosso bem conhecido por algumas escapadinhas, o seu castelo é cenário de diversos eventos: o mercado medieval, o mercado de natal e de chocolate.
A esta hora as suas características ruas medievais que nos guiam ao castelo ainda estavam desertas.
Efectivamente a visita ao castelo, não é possível já que foi transformado em pousada de charme, restando-nos apenas passear ao longo das suas extensas muralhas, uma aventura para os mais pequenos e um constante aperto no coração da mãe, já que o JP é um escalador nato 🙂
Quem tiver curiosidade em ler a lenda do Castelo de Óbidos, a lenda do lidador pode ler aqui:http://lendasecalendas.omeuforum.net/t92-lenda-do-lidador-ou-a-lenda-da-porta-da-traicao-obidos
Seguimos então para o nosso próximo destino, o…
Castelo de Pombal
Recentemente restaurado, tem uma paisagem fantástica sobre a cidade e região circundante quando subimos à sua torre de menagem.
Tem uma pequena sala de cinema onde vimos dois filmes, um em 3D sobre a história do castelo e outro de animação sobre a lenda do mouro Al-Pal-Omar. Os meninos adoraram e nós também.
Reza a lenda ´que vivia nas margens do rio Cabrunca um Mouro alto, espadaúdo, muito bem parecido, com olhos verdes e sorriso de pérola, chamado Al-Pal-Omar.
Ora, o belo Al-Pal-Omar tinha um palácio subterrâneo no alto de uma colina e seguia a indicação do Corão à sua maneira, por isso, queria conquistar todas as mulheres… do mundo!
Os homens da terra sentiam-se traídos! A honra das suas mulheres era manchada e o número de raparigas casadoiras diminuía.
Atendendo ao pedido dos aldeões, os Templários decidiram, em nome de Cristo, pôr fim àquele encantamento.
Ninguém sabia onde ficava a entrada secreta do palácio. Felizmente, os Templários tinham a seu lado o Arcanjo S. Miguel. Depois de uma luta feroz, viram-no desaparecer na gruta encantada do seu palácio. Taparam-lhe todas as entradas e construíram em cima um Castelo.
O mouro desapareceu e nunca ninguém encontrou o palácio subterrâneo mas a memória da sua existência ficou.
Ainda hoje se avisa as raparigas para terem cautela. As mães aconselham as filhas a não chegarem perto do castelo depois do pôr do sol. Pois diz-se que ainda se pode ouvir o canto do belo rapaz que lhes dirá:
Menina vem ter comigo
Vem o meu encanto quebrar
Sou um Mouro teu Amigo
Que te quer namorar ´
– retirado de https://www.cm-pombal.pt/lendas/
O dia já ia longo e o estômago ja ia dando sinais de fraqueza, fomos então atrás do nosso almoço no centro da cidade de Leiria, no Mata Bicho que vos falamos aqui, uma tasca com uma decoração muito gira. Estando um autêntico dia de Verão decidimos ficar cá fora com o próximo castelo com cenário de fundo, o..
Castelo de Leiria
Já mais bem compostinhos, tinhamos então todas as condições para ir conquistar mais um castelo, um dos ex libris da cidade Lis 🙂
Bem dito almoço porque foi sempre a subir até ao topo do castelo e depois mais relaxadamente a passear junto das suas longas muralhas e nos seus lindíssimos recantos.
Há várias lendas à volta do Castelo de Leiria. Uma delas conta que o castelo foi edificado em cima de um vulcão adormecido, outra fala de uma passagem secreta do castelo até uma igreja do outro lado da cidade.
Conta também uma lenda de quando D. Afonso Henriques estava prestes a reconquistar o castelo aos mouros achou os corvos que o sobrevoavam dizer-lhe, ´agora não, amanhã de manhã´. E assim fez e no dia seguinte conquistou o castelo.
Se tiverem curiosidade de ler sobre a lenda da princesa Zara podem ler aqui http://www.faroldanossaterra.net/2016/05/22/lenda-da-princesa-zara-leiria/
Despedimo-nos do último castelo do dia e sendo hoje o dia nacional dos castelos, visitámos todos gratuitamente.
Fomos de seguida para Rio Maior fazer o check in na nossa casa para essa noite, uma casa moinho como vos contamos aqui, e aproveitar a restante tarde para relaxar na piscina anexa.
O dia seguinte acordou cedo como sempre e após o pequeno almoço despedimo-nos do moinho do Avô Tó e rumámos para a Batalha onde mora o famoso e imponente…
Mosteiro da Batalha
Já bem conhecido por nós mas uma estreia para os petizes 🙂
Mandado construir por D. João I de Portugal como agradecimento pela Vitória sobre os Castelhanos na famosa batalha de Aljubarrota, onde a padeira tem um lugar de destaque na história!
Foi eleita uma das sete maravilhas de Portugal e a sua beleza explica o porquê, apesar das suas capelas imperfeitas, obra para sempre inacabada, nunca conhecendo uma aboboda, o que a torna única.
O segundo destino do dia seria o…
Castelo de Porto de Mós
Um castelo gótico de uma beleza singular com as suas cúpulas verdes em destaque. Um verdadeiro castelo de conto de fadas 🙂
Apesar de já o termos visitado, impressiona-nos sempre devido à sua graciosidade.
A vista mais impressionante e vertiginosa é mesmo bem lá de cima junto às cúpulas!
Hora de partir para o…
Castelo de Ourém
Não conhecíamos este castelo e foi um castelo que nos conquistou desde logo pela sua fachada singular lá bem no topo de uma colina.
Apesar de estar em muitos pontos em ruínas, é um castelo lindíssimo em que os meninos adoraram correr e descobrir, principalmente na antiga passagem secreta entre o Paço dos Condes e o Castelo.
Esperamos que seja rapidamente alvo de uma intervenção para preservá-lo.
A manhã já ia longa mas antes do almoço ainda nos restava o…
Convento de Cristo
Situado em Tomar, é decididamente um dos mais impressionantes monumentos do nosso país, tendo sido construído ao longo de centenas de anos.
Logo à entrada o JP dá sinais da sua graça e destreza, ao escalar uma parede pensando que eram degraus que iriam dar lugar às muralhas do castelo. À mãe ia lhe dando um ataque cardíaco mas o conquistador de castelos foi salvo a tempo 🙂
Passámos neste espaço imenso cerca de uma hora, mas é pouco tempo para tanta coisa, no entanto um motivo urgente nos esperava: O almoço 🙂
No centro da cidade fomos retemperar forças na Cervejaria Noite e Sol e repor a hidratação já que estavamos a viver um autêntico dia de Verão! Aqui vos contamos o nosso repasto.
Para ser sincero estávamos ali tão bem que não nos apetecia ir embora mas tinha de ser, amanhã era dia de escola e trabalho e ainda nos restava mais um castelo para conquistar, o derradeiro, o único…
Castelo de Almourol
Singular pela sua localização no cimo de uma ilha de 310m por 75m no Rio Tejo, é realmente de uma beleza de tirar a respiração.
Para o alcançarmos fomos numa pequena viagem, mas incrível, de barco, que dá para ter uma vista de vários ângulos sobre o Castelo.
Após D. Afonso Henriques ter conquistado, o castelo ofereceu-o aos cavaleiros da Ordem dos Templários, aguçando também por esse motivo ainda mais a visão romântica deste castelo.
Apesar de pequeno é um castelo lindíssimo e quando atingimos o último patamar temos uma vista espectacular para o Tejo.
São muitas as lendas e mitos que existem sobre o Castelo de Almourol. Conta-se que a filha de um árabe de Almourol se apaixonou por um cavaleiro cristão, tendo-lhe revelado os segredos sobre como entrar no castelo. No entanto, este atraiçoou a jovem donzela e usou estas informações para fazer uma emboscada. Não querendo viver em cativeiro, o emir e a sua filha preferiram atirar-se das muralhas do castelo e morrer.
No entanto a lenda que mais gostei de ler foi a lenda de D. Ramiro.
´Conta a lenda que, voltando cheio de sede de uma campanha guerreira, encontrou duas formosas mouras, mãe e filha, que traziam com elas uma bilha de água. D. Ramiro pediu à filha que lhe desse de beber. Esta, assustou-se e deixou cair a bilha. Enraivecido, D. Ramiro matou-as.
Nesse momento apareceu um rapazinho de 11 anos, filho e irmão das assassinadas. O cavaleiro logo ali o fez cativo e trouxe-o para o castelo. Quando chegou, o pequeno mouro jurou que se vingaria na mulher e na filha de D. Ramiro, duas damas muito belas.
Tempos depois, a mulher do castelão definhou e acabou por morrer, vítima de venenos que o mouro lhe foi dando a pouco e pouco. Porém, não conseguiu matar Beatriz, a filha de D. Ramiro, porque os dois se apaixonaram.
Um belo dia, D. Ramiro chegou ao Castelo na companhia de outro alcaide, a quem tinha prometido a mão de sua filha. Os jovens apaixonados,inconformados com a sorte que os esperava, fugiram sem deixar rasto.
D. Ramiro morreu pouco depois, vitimado pelo desgosto. O castelo, abandonado, caiu em ruínas.
Acabámos assim com chave de ouro a nossa II Rota dos Castelos.
No entanto o ano ainda não acabaria sem outra Rota, que em brevo vos iremos relatar 🙂