Um dia em Praga

Praga não estava de todo no nosso programa quando em Outubro de 2017 comprámos a nossa viagem a Berlim.

No entanto, achámos que para o que pensávamos ver em Berlim, dois dias e meios chegariam, ou tinham que chegar, e programámos uma voltinha rápida há já muito desejada capital da República Chega, Praga 🙂

De modo a não perdermos tempo, sacrificámos alguma comodidade e horas de sono e saímos de Berlim pelas 0h rumo a Praga, de camioneta e chegámos sem qualquer sobressalto após 3 ou  4 horas de sono intercalado, pelas 5h a Praga.

1ª impressão: não estava a chover e não estava tanto frio como em Berlim, o que era um ponto a favor e 2ª: mais gente na rua às 5h da manhã em Praga do que há umas horas atrás em Berlim…são uns foliões, portanto!

Seguimos da estação onde parou o bus pela larga e movimentada vaclavske namesti e a partir daí rumo à zona da cidade velha. Aqui vemos que esta cidade é realmente uma capital singular, de inúmeras ruas estreitas de estilo medieval, diferente de todas as cidades europeias que já tínhamos visitado.

Chegados à praça da cidade velha tivemos a nossa grande decepção na cidade, que foi o facto do famoso e lindíssimo relógio astronómico presente na Praça da Cidade Velha estar entaipado para restauro, deve ser uma sina nossa 🙂  E pelos vistos esta intervenção já começou há cerca de um ano e é expectável que só no final deste ano esteja apresentável. É sempre uma óptima desculpa para mais tarde voltar 🙂

Seguimos, então, a caminho do Rio Moldava que atravessa a cidade para junto à também famosa Ponte Carlos para tirar algumas fotos ainda de noite, de diversos pontos, com o seu Castelo como pano de fundo.

DSC06596

Atravessámos a Ponte praticamente deserta, à excepção de meia dúzia de fotógrafos munidos com as suas potentes objectivas e tripés esperando o amanhecer para tirar a foto do dia 🙂

Já a raiar os primeiros raios de sol fomos espreitar junto ao kafka museum uma escultura, as peeing statues, de um dos artistas que mais interesse nos despertou antes de chegar à cidade, o controverso David Cerny.

Junto ao Kafka museum encontra-se também, a que dizem ser a rua mais estreita do mundo, que tem inclusive um sinal para os peões passarem ou de um lado ou de outro. Como pertence a um café privado àquela hora ainda estava fechado, seguimos então caminho pelas ruas estreitas e labirínticas deste lado do rio, no sopé do Castelo de Praga.

Fomos dar um olhinho pelo John Lennon Wall, sendo eu um fã do ex Beatles não podia deixar de lhe dizer um Hello Goodbye. O 1º desenho surgiu nos inícios dos anos 80 com a morte de John Lennon e mais tarde tornou-se símbolo da oposição dos jovens checos contra o regime soviético. Este muro é habitual poiso de músicos de rua cantando canções de liberdade e paz, no entanto a esta hora não encontrámos viv’alma 🙂

Seguimos agora junto ao rio pelo Kampa Park, um parque onde mora outra escultura imponente de David Cerny, os Crawling Babies, uns bebés gigantes a gatinhar com uma cara assustadora.

Fomos sempre passeando junto ao rio até ao conhecido edifício Dancing House, originalmente chamada Fred e Ginger ( Fred Astaire e Ginger Rogers, a casa faz lembrar um par de dançarinos).

IMG_7237A fome já apertava com tanta caminhada e tinha identificado uma pastelaria que abria bem cedo, a BakeShop, na zona da cidade velha da cidade e não nos arrependemos, tinha tudo óptimo aspecto.

Junto à Bakeshop está uma estátua dedicada ao grande e mais famoso escritor da cidade e do páis, Franz Kafka.

Seguimos novamente para a Praça da Cidade Velha, agora de dia e depois de chorarmos novamente para o relógio entaipado seguimos caminho para o Castelo de Praga.

Agora já bem de dia e com a Ponte Carlos já mais bem composta de pessoas, pudemos observar com mais detalhe todas as 30 estátuas de santos que ornamentam a ponte. Esta não é só a mais famosa ponte do País como é também a mais antiga.

Decidimos subir para o castelo via escadas e íamos quase morrendo!🙂 No fim da escalada a vista é de cortar a respiração e faz o sacrifício valer a pena!

Se porventura não soubéssemos onde era o castelo, facilmente pela orde de turistas chegávamos lá..

Mal entrámos deparámo-nos com a imponente Catedral de São Vito, que como ainda não estava aberta iríamos deixar para o final.

O Castelo de Praga é no fundo um conjunto de vários edifícios que no seu total cobre mais de 7 hectares sendo, por isso, o maior castelo em todo o mundo.

Iniciámos a visita no Antigo Palácio Real, local onde ainda hoje os presidentes da república tomam posse. De seguida a Basílica de São Jorge e de seguida a Golden lane, decididamente a zona mais pitoresca e medieval do castelo.

As casas que aqui vemos foram inicialmente construídas no século XVI para abrigar os melhores atiradores da guarda. Mais tarde foram residência dos ourives, daí o nome da rua e nos séculos XIX e XX foi tomada pelos habitantes de Praga, e no número 22 acabou mesmo por viver Franz Kafka. Hoje as casas são lojas de souvenirs.

Aqui podemos subir à torre que expõe as mais diversas armaduras e armas de guerra.

Saímos da Golden lane directamente para os jardins sul do castelo com diversos miradouros com uma vista fantástica sobre a cidade.

IMG_7414

Regressámos ao coração do Castelo, ie, à Catedral de São Vito, mas antes de entrar fomos comer o delicioso Tradelnik, o doce mais popular de praga. A massa é enrolada à volta de um espeto que depois é grelhado na brasa, qual carne, e coberto de açúcar e canela. Uma delicia!

Entrámos, então, na Catedral de São Vito que é só a maior igreja da República Checa e mundialmente conhecida pelos seus espectaculares vitrais.

Estivemos no Castelo cerca de 3 horas e o tempo já não nos permitiu ir visitar os jardins do lado norte do castelo. Descemos desta vez pela rampa até à Ponte Carlos, onde ficámos de boca aberta por vermos a ponte, que há algumas horas estava quase deserta, agora com tanta tanta gente, que mais pareciam formigas.

Tendo em conta que tínhamos marcado o nosso beer spa para as 15h não teríamos muito tempo para comer e acabámos por decidir comer qualquer coisa rápida no beer museum, ali nas redondezas. Um bar/restaurante que logo à entrada impressiona pela quantidade e diversidade de cervejas à pressão. Acabámos por pedir uma Bernard, a Sagres ou a Super Bock lá do sítio e por comer uma Spicy saucage para a Marta e para mim um Goulash que nunca tinha experimentado num prato de pão, bem puxadinho mas muito bom 🙂

IMG_7479

Deu para retemperar forças para a caminhada que se avizinhava para o nosso Beer Spa, experiência que já vos contámos aqui anteriormente.

30261978_1754475761280374_2041790313936191488_o

Depois do beer spa não nos sentíamos com muita força e vontade para caminhar e decidimos chamar um Uber para nos levar a uma galeria de arte que tinha uma escultura, no mínimo peculiar, do nosso conhecido David Cerny.

Por incrível que pareça nunca tínhamos andado de uber, nas cidades andamos muito a pé ou de transportes e nunca tínhamos sentido a necessidade, mas depois de um Beer Spa tinha mesmo que ser 🙂

Chegados à galeria, um pouco fora do centro, e depois de tocar à campainha de um portão velho azul duvidámos que fosse mesmo ali ou até que nos abrissem a porta… até que voilá, abriram! Perguntámos se era mesmo ali que estava exposta a escultura do David Cerny e referiram-nos que sim, que era atrás da galeria, num quintal.

IMG_7532

Duas imponentes esculturas nos recebiam, as quais podemos escalar, espreitar e encontrar… deixo-vos ir lá e descobrirem por vocês próprios 🙂

As esculturas são no mínimo diferentes e desconcertantes, daí a nossa curiosidade por as ver in loco e existem muitas mais pela cidade, que infelizmente não tivemos oportunidade de as ver. Fica para uma próxima!

Seguimos novamente para o centro da cidade, também de uber, rumo ao nosso derradeiro destino na cidade, Vytopna Railway Restaurant, um bar que tem a característica de todas as mesas serem circundadas por linhas de comboio e miniaturas te vêm entregar nos seus vagões umas geladinhas. Infelizmente estava cheio e uma fila enorme, o que nos levou a desistir. Quem for lá que nos dê o feedback 🙂

IMG_7562

Seguimos então para a praça, onde uma feira da Páscoa com várias banquinhas de comes e bebes nos recebia.

Despedimo-nos da cidade degustando mais uns Tredelnik ora simples ora com gelados. Ficámos viciados 🙂

Foi uma visita breve, sem grandes pretensões, a não ser passear e conhecer pela 1ª vez esta belíssima cidade no coração da Europa, e não nos desiludiu.

Além de ter sido nesta cidade que fizemos a experiência que mais gostámos até agora, um Beer Spa 🙂

Voltaremos certamente, já que ficaram umas pontas soltar para ver e descobrir!

Adeus Praga, de regresso a Berlim 🙂