Hanoi

A chegada à capital do Vietname foi a mais singular e divertida que já tivemos.

Na meia hora do aeroporto para o hotel o nosso chauffeur cumprimentou a família toda, mãe, pai, avós, tios, passando depois para os vizinhos, conhecidos e todos os carros e motas que se aproximavam a menos de um metro do nosso carro 😁

Já praticamente a chegar ao hotel, no centro da cidade, veio a cereja em cima do bolo: um acidente. Culpa do nosso motorista, claro… Um carro abalroou o nosso e por sorte só amassou a porta e não a minha perna!

Após o acidente, 30 segundos foi o tempo que aguentou sem buzinar, estava naquele estado de letargia a pensar no que o patrão lhe iria dizer, no entanto rápido lhe passou e depressa começou a cumprimentar toda a gente com a sua buzina bem audível.

Finalmente lá chegámos, sãos e salvos ao hotel!🙂

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Contudo, o nosso dia tinha começado bem mais cedo, ainda na apaixonante cidade de Chiang Mai na Tailândia. Após o pequeno almoço e depois de uma viagem rápida até ao aeroporto, onde iríamos viajar na nossa conhecida Bangkok Airways, no entanto em vez de um avião era mais uma espécie de avioneta que nos iria levar para Hanói o que nos causou espanto e apreensão!

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Mas lá chegámos à capital do Vietname onde um calor, ainda mais abrasador do que na Tailândia, nos recebia! Após um rápido tratamento dos vistos de entrada no país e da corrida de fórmula 1 que já vos relatámos anteriormente, chegámos ao nosso hotel, bem central e todo catita, o hotel Oriental Suites , que gostámos tanto que um dia quando voltarmos a Hanói ficaremos lá novamente

Apesar de ser a poucos metros do hotel, um desafio premente se colocava que era conseguir atravessar uma rua 🙂 mas rapidamente descobrimos o truque: sempre em frente e sem medos já que as milhentas motas desviam-se 🙂 Se achávamos Bangkok caótico, Hanói era outro campeonato, as motas circulavam em todos os sentidos, na estrada, nos passeios, com sinais vermelhos, enfim no rules! A Marta ficou desesperada nos primeiros instantes mas após umas horinhas já era uma verdadeira Vietnamita a atravessar uma estrada, ou quase, quer dizer sempre agarrada a mim e com os olhos meio fechados e seja o que Deus quiser 😁

Chegados ao Hong Hoai´s Restaurant tivemos imediatamente que nos hidratar com um suminho natural e uma hanói bem fresquinha. A fome era negra e fomo-nos entretendo com uns rolinhos primavera deliciosos enquanto não chegava a nossa bucha ou melhor dizendo Bün chá, um prato tradicional de Hanói que consiste em porco grelhado e noodles, rebentos de soja, coentros, hortelã, uma molhenga maravilhosa e toca a enrolar tudo numa folha de alface. Óbvio que o simpático empregado teve que ensinar aqui aos europeus como se “montava” esta iguaria e rapidamente apanhámos-lhe o jeito e estava simplesmente delicioso!

A Marta optou por um arroz frito de frango com ananás que também estava 5 estrelas!

Ficámos tao cheios que não conseguimos pedir sobremesa, pedimos para rematar com um delicioso café vietnamita com leite condensado, muito light 😁

Resumo: delicioso e barato!

Já de barriguinha cheia, saímos do conforto do ar condicionado e fomos a pé para sentir o pulsar da cidade, até ao Museu das Mulheres do Vietname.

Um museu que nos mostra o papel fulcral que a mulher vietnamita teve e continua a ter na sociedade e no país. Subdivide-se em 3 principais temas, a mulher na família, na moda e na história, com principal enfoque no seu papel na guerra do Vietname.

Achámos muito interessante e foi uma óptima forma de conhecer tão rapidamente a história e a cultura do Vietname, com especial destaque no papel das mulheres.

De seguida fomos passeando junto das margens do lago Hoan Kiem e visitámos o templo Ngoc Son ou da montanha de Jade. Atravessámos a famosa ponte vermelha Huc que nos leva para o seu interior. Reza a lenda que uma tartaruga dourada terá oferecido uma espada ao antigo imperador Vietnamita Le Loi aquando da derrota sobre os chineses. No entanto num dia que o Imperador passeava pelo lago uma gigantesca tartaruga terá levado a espada para as suas profundezas. Lendas à parte este local que fica bem no coração da cidade, é também um dos sítios mais bonitos e mais calmos da cidade.

Dentro do templo podemos ver uma tartaruga embalsamada de 250kgs, que apareceu no lago e que acreditam ser a mesma da lenda 🙂

Rapidamente chegava o final do dia e fomos ao Puppet Theatre comprar bilhetes para a última sessão do dia/noite e reservar o local da nossa janta, mas já lá vamos.

Ainda tínhamos cerca de 2 horinhas para passear. Tendo em conta o calor brutal de Hanói e sendo o nosso hotel bem no centro de todo, lá fomos nós tomar mais uma banhoca para refrescar 🙂

Subimos a rua em direcção a beer street, onde existem diversos bares para beber uma cervejinha. Apesar de engraçado achámos esta zona muito feita para o turista. Ficámos aqui um pouco no meio dos camones mas rapidamente fomos explorar outro sítio que vendesse a famosa craft beer de Hanói, que é feita religiosamente todos os dias, portanto sempre fresquinha-

A poucos, mas suficientes, metros da beer street encontrámos o spot perfeito, o nosso sítio em Hanói.

Quando pensamos em Hanói lembramo-nos deste nosso sítio, nem sabemos o nome, mas conseguia ir lá hoje de novo de olhos fechados.

Situado numa esquina, 2 banquinhos de plástico, uma mesa de plástico e canecas de craft beer fresquinhas, foi o que bastou para sermos felizes… Por sorte aproveitámos a happy hour, pague 1 e beba 2, pelo simpático preço de 0.09€

Aqui o tempo passava mais devagar, enquanto víamos a azáfama dos locais, a sua simplicidade e ao mesmo tempo a sua alegria, nas suas motas onde incrivelmente cabia a família toda, pai, mãe e 2 filhos. Se o tempo parasse bem que podia ser ali, naquela esquina de Hanói 🙂

Aproximava-se a hora do espectáculo no Thang  Long Water Puppet, que dizem ser o que há mais tempo está em cena na Ásia.

É um teatro de marionetas aquático tradicional do Vietname desde o séc. XI e apesar de não percebermos nadinha do que dizem e cantam, é um espectáculo fabuloso onde saímos de sorriso na cara. A música e as precursões são fabulosas. Ainda mais na 1ª fila consegui apreciar todos os ínfimos detalhes.

Saímos de coração cheio mas com a barriga vazia, tempo de ir para o restaurante , onde uma mesa reservada em nome da sra. Martha nos esperava 🙂

Um espaço super acolhedor, uma decoração sui generis e uns donos super simpáticos davam-nos as boas vindas.

A lista era extensa e tudo tinha um óptimo aspecto, não foi nada fácil escolher o que comer.

Começámos com um Pho de frango, no fundo uma canjinha com uma folhinha de hortelã que me fez lembrar as da minha avó mas com noodles 🙂 Continuámos com uns bifinhos grelhados cortados na perfeição servido num pau de bamboo e para mim um arroz frito servido num coco.

Além da apresentação dos pratos ser giríssima estava tudo delicioso. Recomendamos a quem passar por Hanoi.

Fomos fazer a digestão pelo night market e fazer umas comprinhas, regateando faz se óptimas compras 🙂

O corpo já dava sinais de cansaço, as poucas horas de sono e o calor incomparável de Hanoi já faziam estragos 🙂

Fui deixar a Marta ao hotel porque ainda queria ir dar uma vista de olhos pela Catedral de São José, ou a também conhecida por pequena Notre Dame, que não estava muito distante.

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Contrariei o papel que nos deram no hotel com varias recomendações, uma delas era precisamente para não andar sozinho à noite. Pelo que tinha visto nada me fez crer que Hanoi era uma cidade perigosa, bem pelo contrário.

O que mais me surpreendeu, tendo em conta que no dia seguinte era um dia da semana, ie, dia de trabalho era a quantidade de carros, de pessoas a beber o seu café e a sua cervejinha. A vida de Hanoi era incrível mesmo.

O dia seguinte acordou cedo, já que iríamos nessa manhã em direcção à Halong Bay, que vos relataremos em breve.

No entanto, ainda tivemos o tempo suficiente de tomar um excelente pequeno almoço no hotel, experimentando frutas nunca degustadas até então como por exemplo pitaya e mangustão 🙂

No dia seguinte estávamos de regresso a Hanoi, não por muito tempo já que passadas poucas horas estaríamos a voar rumo a Ho Chi Minh, no sul do país.

Foi tempo para fazer as últimas compras, esplanar no nosso sítio preferido de Hanói e beber umas craft beer geladinhas de 9 cêntimos acompanhadas por um delicioso pad thai 🙂

Ainda fomos tirar umas fotografias numa railstreet de Hanói e lá fomos nós enfrentar o trânsito infernal na hora de ponta até ao aeroporto.

Hanói que no início se revelou caótica e barulhenta , rapidamente nos conquistou e foi das mais maravilhosas surpresas que experienciámos desta nossa grande viagem.

Sendo tão mas tão diferente da nossa realidade, foi precisamente esse o motivo pelo qual nos apaixonámos pela cidade 🙂